quinta-feira, junho 25, 2009

VAMOS AJUDAR O FERNANDO



Fernando tem 34 anos e vive preso a uma cadeira de rodas, totalmente dependente do pai, octogenário, em Pombal. Cuba tem a solução, falta o dinheiro. A Associação Académica de Coimbra tratou disso: esta noite, há festa de angariação de fundos.

A doença degenerativa muscular chegou sem avisar, tinha Fernando Simões 29 anos, um emprego de que gostava (na indústria hoteleira) e, mais importante, liberdade. Paralisou-lhe o lado esquerdo do corpo, obrigou-o a pedir ajuda para tudo. Comer, vestir, ir à casa-de-banho, virar-se na cama. "Foi um choque. Custou e está a custar", disse ao JN.

O pai, a sua única companhia, tem 82 anos. "Não é um pai: é um 'superpai'", na expressão de Fernando Simões, que, além de ser diabético desde criança, sofre de glaucoma e de depressão. Se pudesse recuperar a independência, a primeira coisa que fazia era "dar-lhe uma grande prenda". A ele e a quem o ajudou. "Tenho esperança e estou confiante. Porque, se estiver agarrado a uma pessoa, já dou uns passos. Precisava de mais horas de fisioterapia".

Por estes dias, Fernando encontra-se a fazer fisioterapia em Leiria. Mas "já passou por todos os centros de reabilitação em Portugal", conta Paulo Abrantes, da Secção de Fotografia da Associação Académica de Coimbra (AAC), impulsionadora da iniciativa "Vamos Ajudar o Fernando", que acontece esta noite, no Jardim da AAC, para reunir o dinheiro que a família não tem. São perto de 3.500 euros em tratamentos, a somar às despesas relacionadas com a viagem, a estadia e a alimentação.

Paulo Abrantes não esconde o desconforto quando fala nas condições existentes, nos dois países, para atender a necessidades deste tipo. Diz que em Cuba Fernando Simões vai ter fazer oito horas de fisioterapia por dia, contra os "vinte minutos" habituais em Portugal. Terá sido o próprio fisioterapeuta de Fernando a aconselhar a ida ao Centro Internacional de Restauración Neurológica, em Cuba, por saber de um caso idêntico coroado de êxito... lá.

Recuperar a liberdade de movimentos era o que Fernando mais queria. E tem consciência de que o pai "já está com 82 anos, também já não pode...". Mas como ir a Cuba recebendo apenas 350 euros de subsídio mensal, dos quais pelo menos 60 vão directos para a farmácia? A Secção de Fotografia da AAC, que se propõe realizar, anualmente, um evento de solidariedade em favor de uma pessoa em concreto, decidiu actuar. Hoje, a partir das 22 horas, o humor toma conta da festa, no Jardim da AAC. A quinta-feira não é uma escolha inocente. Há dados que apontam para a passagem de entre 2.000 a 2.500 pessoas por ali. Os números de "stand-up comedy" são assegurados por caras tão familiares como Nilton, Francisco Menezes ou Miguel 7 Estacas. Solidários, não cobram cachet. Prevista está, também, a participação da Secção de Fado da AAC e de "disc-jockeys".

Fernando está radiante com a iniciativa. "Dá-me esperança. Gostava de poder organizar a minha vida, ficar melhorzinho... voltar a ser independente". Organizar, estabilizar a vida significa, para ele, ver o corpo a obedecer às indicações do cérebro, libertar o pai das múltiplas tarefas, voltar a trabalhar em hotelaria.

Os donativos podem ser depositados na conta de Fernando Simões. O Número de Identificação Bancária (NIB) é 004531104022907604331.

FONTE

2 comentários:

Anónimo disse...

Apontem:


http://bandeiranegra1.wordpress.com/2009/06/25/as-casacas-do-eurodeputado-paulo-casaca/


Abraço.

Spartakus

Anónimo disse...

http://gataescondida.wordpress.com/2009/06/25/a-nau-catrineta/

Bom fdsemana