quinta-feira, setembro 29, 2011

Co-incineração - Manifestação em Coimbra "contra decisões judiciais"



Contrariamente ao esperado a manifestação teve muito pouca participação. As causas podem ser certamente encontradas num certo baixar dos braços numa luta longa e dura, numa certa desinformação sobre esta questão e no abandono do barco por parte dos partidos políticos do sistema que tendo já retirado os dividendos políticos, tendo já feito o folclore mediático do costume abandonam agora a causa.
Os nacionalistas disseram presente e não vai deixar de lutar, juntamente com as Associações de Cidadãos e com os grupos ambientalistas para por fim a uma das birrinhas politicas do Sr. Sócrates.
Nós somos contra a co-incineração e contra a incineração de resíduos industrias perigosos (RIP).
De acordo com os actuais conhecimentos científicos, a emissão de dioxinas, furanos, metais pesados, partículas e outros compostos tóxicos, mesmo em quantidades mínimas, constituem factores de risco muito importantes.
Esta perigosidade deve-se à «elevada toxicidade, à tendência bio-acumulativa e à dificuldade e/ou impossibilidade de biodegradação natural» dos produtos libertados. As doenças susceptíveis de surgir devido à libertação dos produtos nocivos vão desde o cancro às perturbações comportamentais, passando pela infertilidade e agravamento de situações patológicas já existentes na comunidade.
Um quadro tanto mais negro quanto se está a lidar com entidades com bem poucas preocupações ambientais, a Secil e a Cimpor não têm sido empresas idónias e respeitadoras das populações e da defesa do meio ambiente.
Esta insistência na co-incineração inviabiliza regeneração e reciclagem de resíduos, e não estimula as indústrias a reduzirem a produção de RIP's, promovendo tecnologias de substituição, medidas que, no seu conjunto, poderão reduzir a mais de metade os lixos a submeter a outras formas de valorização, nomeadamente tratamento térmico e eventual co-incineração como última solução. Este é o caminho que é correcto defender.
O antigo processo civilizacional urbano industrial, que a humanidade construiu sobretudo a partir do séc. XIX, tem a ver com uma cosmovisão maquinista do mundo e uma lógica linear que preside a esse ponto de vista.
No final do séc. XX, a cosmovisão foi-se alterando. O esgotamento dos bens naturais e das energias fósseis, o uso de materiais não recicláveis e tóxicos, revelou o carácter auto destrutivo deste paradigma.
Uma nova cosmovisão ecosistémica e uma ecotécnica, permitem encontrar fundamentos alternativos para este "modelo" esgotável, esgotante e esgotado.
Reduzir os resíduos, reutilizar objectos produzidos, reciclar e utilizar energias renováveis, possibilitam repensar o processo produtivo e encarar um desenvolvimento ecologicamente sustentado e valorizando a associação e a cooperação entre produtores, consumidores.
Nós nacionalistas porque defensores da terra e do bem estar social e da qualidade de vida não nos revemos neste sistema que tudo submete ao lucro, pondo mesmo em causa a nossa continuidade e a continuidade do planeta.
A força da razão vai ser superior à razão da força.

terça-feira, setembro 13, 2011

A CP quer “livrar-se” do transporte rodoviário nos Ramais da Lousã e Pampilhosa/ Figueira














Empresa apresentou proposta para deixar de se responsabilizar pelas alternativas em linhas com a da Lousã ou Figueira-Pampilhosa
São cerca de 2,4 milhões de euros por ano, os custos assumidos pela CP para assegurar o transporte em autocarros nos locais onde as linhas já não funcionam e que levaram a empresa a apresentar uma proposta à tutela e ao Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT) no sentido de alterar esta situação.
Considerando que não se trata de simples interrupções temporárias para obras, mas de situações em que a questão se prolonga, a CP entende que devem ser as empresas de transporte rodoviário a assegurar as viagens. Em causa estão a Linha do Corgo, onde as despesas com o transporte rodoviário são de 7.346 euros/mês, a Linha do Tâmega de 11.096 euros/mês e na Guarda-Covilhã 10.798 euros/mês. Na ligação Figueira da Foz - Pampilhosa, a CP gasta 15.817 euros/mês e a fatia maior vai para o Ramal da Lousã, que liga Coimbra a Serpins e que custa 154 mil euros por mês.
Os boys que “administram a CP, a clientela partidária que os partidos do alterne vão colocando nos lugares de decisão desta empresa, continuam a brindar-nos com as suas tiradas falaciosas e a tentar impingir-nos os argumentos viciados do costume na tentativa de cobrir os seus erros e a sua incapacidade de gestão.
O comboio é o transporte mais seguro mais barato e se movido a electricidade o menos poluente. Só uma administração formada com gente manifestamente incapaz ou manifestamente capaz de tudo, não conseguiu rentabilizar a CP.
Livremo-nos pois destes desgovernados administradores muitos com ligações e interesses em empresas de transporte rodoviário e dos desgovernantes que os nomearam.

sábado, setembro 10, 2011

Tribunal administrativo viabiliza co-incineração


O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Coimbra decidiu viabilizar a co-incineração em Souselas, não acolhendo a contestação de um grupo de cidadãos à queima de resíduos industriais perigosos (RIP) na cimenteira local, revelou ontem o advogado Castanheira Barros. O causídico, que lidera a contestação ao processo no plano jurídico, disse à agência Lusa que vai recorrer da sentença para o Tribunal Central Administrativo do Norte.
«A sentença do TAF de Coimbra considerou que quer o despacho do ministro do Ambiente de dispensa da Avaliação de Impacte Ambiental, quer as licenças ambiental, de instalação e de exploração, concedidas à Cimpor para a co-incineração de RIP em Souselas cumpriram todos os requisitos legais», adiantou.
O Juiz resolveu decidir as 3 acções populares relativas à co-incineração de resíduos industriais perigosos ( RIP’s ) em Souselas / Coimbra sem as submeter à apreciação dos 2 juízes adjuntos, impedindo assim que fossem julgadas por uma formação de 3 juízes como impõe o art. 40º nr. 3 do Estatuto dos Tribunais Administrativos e FAo ter decidido sem que tivesse sido realizada a audiência de julgamento, o Juiz Tiago Miranda impediu assim o Grupo de Cidadãos de Coimbra de fazer prova dos graves danos que resultam da co-incineração de RIP’s para a saúde pública e para o meio ambiente através da inquirição das suas prestigiadas testemunhas, em que se incluem o actual e um ex-reitor da Universidade de Coimbra ( respectivamente os Professores Doutor João Gabriel Silva e Fernando Rebelo ) , o actual Bastonário da Ordem dos Médicos ( José Manuel Silva ), os 3 Professores Universitários Massano Cardoso, Pedro Carvalheira e Delgado Domingos, os médicos Armando Gonsalves e Carlos Ramalheira , o biólogo João Pardal e Rui Berkmeier da Quercus .
O mesmo Juiz que impediu a inquirição das supra-referidas testemunhas omitiu todos os Pareceres apresentados pelo Grupo de Cidadãos de Coimbra que apontam no sentido de que os POP’s- Poluentes Orgânicos Consistentes que resultam da co-incineração de resíduos perigosos são altamente nocivos para a saúde pública, sendo alguns deles cancerígenos, como é o caso das dioxinas e furanos, transpondo para a matéria de facto dada por provada apenas factos alegados pelo Ministério do Ambiente e pela Cimpor .

Mais uma machada na luta contra a co-incineração e mais uma vergonha para a justiça portuguesa.