segunda-feira, agosto 17, 2009

NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!

Mensagem, Fernando Pessoa
Com esta poesia inaugurou o António José de Almeida o seu blogue, com ela lhe presto a minha humilde e sentida homenagem agora que prematuramente e de forma inesperada nos abandonou.
Nós os seus amigos e camaradas não o vamos deixar esquecer, como já se pode comprovar aqui, aqui e aqui.
À família enlutada aqui deixo a minha solidariedade, com um abraço muito especial para o Ricardo, para que nunca se esqueça de tudo o que o tio lhe ensinou.

1 comentário:

Vítor Ramalho disse...

Comunico a todos os interessados que amanhã, 3ª Feira, às 17 horas, vai celebrar-se missa de 7ª dia por alma do Tó Zé Almeida, na Igreja de S. Bartolomeu, Praça do Comércio, em Coimbra.
Agradece-se antecipadamente a presença de quem puder comparecer.