A Junta de Freguesia de Souselas vai apresentar queixa contra a Cimpor à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) e à Inspecção-Geral do Ambiente (IA). Em causa, está uma aparente falha na zona dos silos onde as composições ferroviárias são carregadas de cimento que originou uma «enorme nuvem branca» que sujou as pessoas, roupa e os carros de Souselas, com particular incidência nas habitações contíguas àquele sector da fábrica cimenteira.
João Pardal, presidente da Junta de Freguesia, afirma que a Cimpor admitiu a falha e que se disponibilizou a fazer todas as limpezas necessárias. «Estava eu a falar com eles e voltou a acontecer. Outra nuvem de pó a sujar tudo e um homem foi mesmo lá à porta mostrar a roupa toda enfarinhada», explicou-nos o autarca, confirmando a intenção de avançar com a queixa à CCDRC e à IA, além de um pedido de esclarecimento que vai ser enviado à Cimpor. Até porque, acrescenta, vários habitantes já apresentaram reclamações à Cimpor sem que os problemas tenham parado. Pardal lembra que além da nuvem de ontem, tem «havido sucessivos problemas naquela zona onde são carregados os comboios». Nomeadamente ao nível do ruído durante a noite, «impedindo as pessoas de dormir» com as manobras das composições e os apitos constantes. Agora foi a gota de água: «Os carros mudaram de cor e as pessoas tiveram de correr para casa».
«Queremos respeito. A Cimpor tem de respeitar a lei e também os souselenses», pediu o autarca, que ironicamente lembra que «a Cimpor não quer apoiar a Junta com uns sacos de cimento para fazer algumas melhorias na freguesia e depois descarrega o cimento para cima da população».
O Diário de Coimbra tentou, sem sucesso, obter uma reacção da Cimpor ao incidente.
Este acidente ainda pode ter solução, mas se a co-incineração avançar, incidentes como este terão consequências muito mais dificeis de resolver.
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