segunda-feira, junho 09, 2008

Unidade sindical


A UGT propõe o pagamento de uma taxa pelos trabalhadores não-sindicalizados que beneficiam dos acordos conseguidos em sede de contratação colectiva, à semelhança do que já acontece em Espanha.
Lembro-me perfeitamente da polémica que gerou, a tão querida unidade sindical dos comunistas. Na época o “democrático” PCP pretendia que só fosse possível haver um sindicato representativo da cada profissão, bem como uma única central sindical. Os outros partidos não aceitaram a proposta e apesar das pressões dos comunistas (acompanhadas muitas vezes de agressões ou ameaças) a lei não vingou sendo hoje possível a um trabalhador escolher mais que um sindicato para se filiar. Acrescente-se que o modelo apresentado pelos comunas assentava nas sindicatos por eles controlados e tomados de assalto a seguir ao 25 de Abril e onde à boa maneira soviética é impossível qualquer alternativa aos vampiros que os governam.
Agora e sem vergonha nenhuma, a UGT vem apresentar mais uma versão tipo soviético para os sindicatos. Gostes ou não gostes, tens de pagar. Já aqui escrevi que os sindicatos são uma correia de transmissão das políticas do sistema, as traições sucedem-se e mais que para defenderam os trabalhadores. Os sindicatos servem para profissionalizar muitos políticos do sistema. É corrente em altura de eleições a mascara cair e vermos aparecer o sindicalista a concorrer por um partido qualquer. As traições sucedem-se, pois quando o folclore mediático que montam amiúde já fez alguma mossa (angariou dividendos para o partido), acabam por negociar acordos na maior parte das vezes muito aquém do esperado e merecido pelos trabalhadores. Os sindicatos em defesa dos seus associados podem por em causa algumas medidas mas nunca combaterão o sistema capitalista que chupa a carne e o sangue aos trabalhadores. Eles não são a solução para o problema porque fazem pare do problema.
Nesta questão das taxas, como se os magros ordenados não estivessem já à mercê de muitas é preciso gritar um bem alto não. Se eles querem fazer politica que façam à sua custa ou angariem um subsídio, daqueles que ao fim e ao cabo protegem.

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