sexta-feira, janeiro 22, 2010

Basta de imigração


Só o presidente do Grupo de Reflexão sobre o Futuro da União Europeia, Felipe González, ouviu palmas enquanto ainda falava na conferência de lançamento do Ano Europeu Contra a Pobreza e a Exclusão Social, que ontem decorreu em Madrid: "A imigração é uma necessidade de médio e longo prazo, embora provoque emoções a curto prazo." Este imigracionista convicto disse ainda que da imigração dependia o futuro da Europa.
Nós dizemos precisamente o contrário. Se não controlamos a imigração o mundo em que viemos corre sérios riscos, uma vez que ela só interessa para o futuro do grande capital, sobretudo para o futuro dos empresários corruptos, que esta gente defende e a quem presta vassalagem a troco de uns euros para as campanhas partidárias e de uns jobs for the boys.
Ao longo dos tempos o capital tem encontrado formas de aumentar as suas mais valias. Quer recorrendo à organização do trabalho ou à inovação tecnológica. No entanto é no recurso à mão-de-obra barata e nas formas de a perpetuar que o sistema mais esforços tem feito ou onde pelo menos mais expedientes tem sido utilizados.
A imigração é talvez o mecanismo mais utilizado pelo capital, no intuito de aumentar a oferta de mão e consequentemente fazer baixar os salários. Ao longo dos tempos a “importação” massiva de mão-de-obra tem sido a melhor arma contra as justas reivindicações dos trabalhadores. Foi assim durante a construção dos caminhos-de-ferro americanos quando o capital combateu as lutas operárias, com vagas e vagas de trabalhadores chineses e mexicanos. Da mesma forma só assim se compreende que nos nossos tempos conquistas como a idade de reforma, ou os horários de trabalho, estejam a ser postas em causa. A burguesia reinante possui nos bancos de suplentes mais uma grande quantidade de jogadores que não hesitará em por a jogar caso a oposição às reformas assim o justifique.

O capitalismo e a imigração, ou das inúmeras vantagens que a imigração lhe oferece:

1. Exploração de pessoas desenraizadas e paupérrimas e, como tal, sujeitas às ordens de um patronato que os ameaça com a a denúncia e a expulsão.
2. Utilização da mão-de-obra barata, mas ávida de consumismo, dado que são um alvo fácil da publicidade.
3. Dividir a classe operária portuguesa com a introdução de povos não-assimiláveis nas redes de reivindicações dos trabalhadores (sindicatos), baixando os custos da mão-de-obra.
4. Estabelecimento de comunidades alógenas no seio da população portuguesa, a fim de compartimentar o povo (dividir para reinar).
5. Destruir a identidade nacional ou o sentimento de pertença do povo a fim de melhor modelar os desejos desse mesmo povo, para, assim, o tornar um alvo comercial mais fácil de abordar.
6. Esvaziar as antigas colónias das suas forças vivas, impedindo o regresso dos trabalhadores qualificados aos seus países de modo a quebrar a esperança desses países de um novo impulso económico.
7. Permitir a estigmatização para desqualificar toda e qualquer voz discordante e dissidente, com o intuito de proteger os partidos e instituições do sistema, denunciando toda a discordância como sendo “racista” ou “fascista”.
8. Enfraquecer os países Europeus, tornando-os desprovidos de qualquer sentido de identidade e comunidade específica, criando a ideia que apenas existe um contrato social, levando ao desaparecimento progressivo da política para, desse forma, conduzir ao reino da economia.

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