terça-feira, fevereiro 23, 2010
Madeirenses de Coimbra apelam à solidariedade do país
Com apreensão, seguem à distância a “catástrofe”
que se abateu sobre os seus conterrâneos
«Não diria que é mais difícil estar a acompanhar de longe, mas é estranho, porque a cada hora chegam novas imagens e conheço todas aquelas ruas», conta ao Diário de Coimbra Fábio Teixeira. O fotógrafo, natural do Funchal, tem passado os últimos dias a seguir as notícias que dão conta do temporal na Madeira e que já vitimou 42 pessoas. A rua onde cresceu, e onde moram os pais, foi uma das mais afectadas, mas os familiares e amigos conseguiram escapar à intempérie apenas com «um grande susto». No lugar da estrada que atravessa a via, há agora um buraco, mas «o que vale é que os meus pais vivem num prédio e não correram grande perigo, porque as casas mais afectadas estão nos pisos inferiores».
Fábio Teixeira admite que a situação «era uma bomba-relógio e quando um dia isto acontecesse, não podia ser de outra maneira». Mas, face às críticas de que a construção pode ter potenciado o resultado da tragédia, sublinha que «as coisas não são feitas tendo estas possibilidades em mente, porque o que se passou foi uma excepção e a natureza também não permite uma construção muito diferente».
As estradas mais afectadas, diz, «são também as mais utilizadas por toda aquela gente no dia-a-dia, por isso durante algumas semanas a vida vai correr a meio gás».
Para já, o fotógrafo ainda não decidiu se antecipa uma viagem à terra natal. «Quem lá está, e o próprio governo, está a aconselhar as pessoas a ficaram em casa para as equipas no local trabalharem melhor», justifica.
A partir de Coimbra, Maria de Freitas Branco também acompanha as notícias com a ansiedade de quem deixou em Santa Maria Maior, no Funchal, a família e os amigos. «O que se passou é horrível, uma enormíssima catástrofe», declara, lamentando «as partidas que a natureza prega». Quando as ligações telefónicas foram repostas, a madeirense conseguiu falar com os familiares e confirmar que estão todos bem. «Conhecia bem aquelas lojas junto à Sé e que agora ficaram destruídas, é dramático», considera, apelando à solidariedade do país: «esqueçam as inimizades que possam ter com a Madeira e colaborem, na medida do possível, com alimentos e roupas».
O Lions Clube de Coimbra já adiantou a colaboração com a Cáritas, que está a promover uma recolha de alimentos não perecíveis, roupas e cobertores para a Madeira. Também a Casa da Madeira em Coimbra apela à colaboração. «Essas instâncias têm um leque de opções e oportunidades de intervenção que nós não possuímos», explica o presidente, Diogo Elias. Para já, a instituição está «unida no luto dos nossos conterrâneos», e já contactou com os cerca de cem associados. «Até ao momento, não temos relato de pessoas que habitam na região Centro e que tenham perdido familiares ou amigos, mas ainda há uma semana muito difícil pela frente».
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