sábado, fevereiro 06, 2010
Os traidores dos sindicatos
Cerca de 50 trabalhadores não sindicalizados da Investvar reclamam de lhes ter sido barrada a entrada no plenário de trabalhadores da empresa, quando dizem que a dirigente sindical sempre pediu para participarem.
Em declarações à Lusa, Pedro Moreira, um dos trabalhadores que ficou à porta, explicou que a presidente do Sindicato do Calçado de Aveiro e Coimbra impediu cerca de 50 colaboradores da Investvar de participarem no plenário.
"Foi-nos barrada a entrada por parte da dirigente sindical, que nos disse que não podíamos participar porque não éramos sindicalizados", contou Pedro Moreira, acrescentando que "se tivesse sido barrada a entrada desde o início, não estranhava, mas a dirigente sindical sempre pediu para irmos".
Interlocutores oficiais do governo e representantes oficiais dos trabalhadores, os sindicatos negociam oficialmente as leis anti operárias e assinam os documentos oficiais que impõem, com a força do Estado, a lógica do capital (a lógica de rentabilidade) às condições de vida dos trabalhadores. O sindicato funciona em termos de economia nacional, subordinando-se à lógica do sistema capitalista e se essa lógica exige mais sacrifícios, cabe aos sindicatos defendê-los perante os trabalhadores, em nome de um "realismo" que consiste apenas em considerar a crise económica como um "evento natural" – como um terramoto ou uma onda de frio – e o capitalismo como um fenómeno eterno da natureza.
Desviar as lutas para impasses de “folclore”, isolando-as localmente; impossibilitar a unificação das lutas; canalizar a combatividade para acções ineficazes e desmoralizantes; enfraquecer a solidariedade de classe... Os sindicatos, no mundo inteiro, usaram esses estratagemas para molhar a pólvora social e sabotar as lutas. Exemplos não faltam.
É o povo, são os trabalhadores que hão-de encarregar-se de apoiar e vigorizar a vida portuguesa, pois a maior garantia do trabalho, da prosperidade e da vida digna das massas radica na força económica, moral e material da Pátria.
Defendemos uma refundição total dos conceitos e prática do Sindicalismo, de modo a pôr-se termo ao divórcio, senão aparente, pelo menos latente, que existe entre CAPITAL e TRABALHO, por um lado, e entre esses factores de PRODUÇÃO e a Pátria. Urge que um dique surja – forte, coeso, monobloco – às especulações do capital, outro à tirania das coacções operárias, situando as forças criadores (capital e trabalho) ao serviço de um Portugal melhor.
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