segunda-feira, maio 17, 2010
A falácia do igualitarismo
A propósito dos desperdícios falou-se em Coimbra em aumentar o custo da água.
Como sempre a factura vai ser paga por todos, ricos e pobres, os que desperdiçam e os que poupam, o litoral e o interior.
Todas as épocas têm uma lenda fundacional, um mito subjacente que reflecte o zeitgeist desse tempo. Aqueles, que como nós, vivem no Ocidente contemporâneo vivem na sombra do Mito da Igualdade. As nossas instituições políticas e sociais funcionam a partir da premissa que todos os seres humanos são fundamentalmente iguais e que quaisquer reais desigualdades no mundo são, como tal, aberrantes, necessitando de uma emenda coerciva. Contratações, despedimentos, admissão em Academias, e até os nossos próprios padrões de linguagem, tudo é ditado pelos princípios igualitaristas. Diviniza-se os campeões da igualdade como santos da racionalidade e demoniza-se os seus oponentes como ignorantes provincianos ou arruaceiros provocadores. No entanto alguns são sempre mais iguais que outros.
Bastava mexerem nos escalões, penalizar quem mais gasta e deixar de fora quem sem dinheiro para o pão vai enganando a barriga com um copo de água.
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