São muitos os que dizem bem do 25 de Abril, não porque o adorem, mas por estar politicamente correcto. Poucos têm a frontalidade para dizer que são contra o 25 de Abril. Eu sou a favor, mas por outras razões que não as do politicamente correcto.
A convicção de que a Democracia é a melhor forma de Governo, instalou-se nas mentes mais desprevenidas, com um afinidade superior a um dogma religioso. Não é raro ouvir dizer as palavras tolas de Churchill de que “a democracia é a pior forma de governo imaginável, à excepção de todas as outras que foram experimentadas”. Isto é uma autêntica frase propagandística que não corresponde minimamente à verdade.
“Há uma frase, atribuída a Winston Churchill, que diz mais ou menos o seguinte: que “a democracia é o menos mau dos sistemas existentes” ou dos “sistemas conhecidos”. “Existentes” ou “conhecidos”, para o caso, aqui, pouco importa. O que é relevante é aquela formulação: “o menos mau”; ele não diz “o melhor”. O que acaba sendo uma forma de reconhecer que esse sistema não é bom.” Por Afonso dos Santos in a SAVANA
A Democracia convenceu-nos de que o método eleiçoeiro é a forma do povo se manifestar para escolher os melhores que o irão governar. Uma mentira e um paradoxo.
Mentira, porque independentemente de quem lá estiver a executar um programa de governo, este obedece tão cegamente às ordens do partido que nem se apercebe que é um pau mandado. Um exemplo, temos muitas vezes ouvido dizer que George W. Bush é o homem mais poderoso da Terra, é mentira, se não vejamos. É tão poderoso que daqui a uma dúzia de meses, vai levar um “pontapé no traseiro” e não conseguirá fazer nada para o impedir, nem accionar judicialmente quem lho dará.
Paradoxo, porque automaticamente quando um governo é dos melhores passa a designar-se por aristocracia, que é, exactamente, o que a Democracia mais odeia.
A Liberdade de Expressão da Democracia, a Propaganda, é dizer tudo nesta base “liberdade de pensamento e ai de quem pense de maneira diferente”. No entanto, a Democracia fica muito incomodada quando se diz mal dela e sai-se logo com expressões: “se não fosse a Democracia não poderias falar assim, já valeu a pena a democracia”; “só em Democracia é que te podes exprimir dessa maneira” etc. etc. parvoíces. Todos sabemos, não vale a pena fazermos de conta que isso não existe, em Democracia há uma Censura. Qualquer pessoa incómoda é rotulada de nazi-fascista; qualquer opinião, contra corrente, é abafada e os seus autores admoestados. Mesmo a liberdade de imprensa não permite a publicação de determinados livros que o foram antes do 25 de Abril, não me estou a referir “À Minha Luta” de Adolfo Hitler que é um exemplo muito evidente, mas, por exemplo, aos “Os Protocolos dos Sábios de Sião” de autor desconhecido e ao, ainda mais secreto, “Complot contra a Igreja” de Maurice Pinay ou, ainda, a “Los verdaderos donos del mundo” de Gonzalez-Mata. Ou, mais recentemente, os livros de Augusto Cid sobre Camarate, que os 3º e 4º volumes foram mandados retirar das livrarias e nem o autor sabe o porquê.
A Democracia foi implantada em Portugal pelas forças estrangeiras, que anos antes apoiavam as Ditaduras. Mais concretamente os EUA, Inglaterra, França, Suécia, etc. Na madrugada do dia 25 de Abril de 1974, estava fundeada no porto de Lisboa a Esquadra da Nato. Qualquer general percebeu quem estava por trás do Golpe. Não, não era o Zé Povinho, que este sozinho não vai a lado nenhum, era, pura e simplesmente, o Grupo de Bildelberger. Os agentes da CIA, nessa madrugada, não estavam cá, só para que os paraquedistas não actuassem, mas para uma missão ainda mais importante, a Propaganda. A sua missão era convencer o Zé Povinho de que a Revolução era “inevitável” e “irreversível.” E o mesmo tonto do Zé Povinho, sempre mais preocupado em se divertir do que com assuntos que ele deixa para quem sabe e zele por ele, aderiu, veio para o Largo do Carmo, ruas de Lisboa, etc, foi à festa, à diversão. No entanto, esquecera-se que ele mesmo, 15 dias antes, no Estádio Nacional (Jamor) fartou-se de bater palmas e dar vivas a Marcelo Caetano. Aqui, poder-se-ia dizer que o Zé Povinho tem memória curta, mas não, aqui podemos confirmar isso mesmo.
Não pense o leitor que estou a quer dizer que o Zé Povinho é um tonto por causa da sua imensa ingenuidade, não, nada disso. Quero dizer que o Zé Povinho por causa das suas qualidades é levado facilmente pela Propaganda Democrática. Aliás, a Democracia só se mantém devido há existência da Propaganda. Esta quer-nos convencer a toda a força que o povo é quem manda, nada de mais falso. Até alguns dos actuais políticos, adeptos do 25 de Abril, gente bem intencionada e mais esperançados do que o Zé Povinho, foram ultrapassados pela própria Revolução que abraçaram, como António Arnault grão-mestre da maçonaria. Mesmo Mário Soares e Álvaro Cunhal, no último debate em que participaram frente-a-frente, Novembro de 1997, estavam em desacordo em tudo excepto numa coisa, que o primeiro Poder a nível mundial era a Alta Finança (plutocracia), seguido da Imprensa e depois pela Democracia. Então perante esta situação que papel tem o Zé Povinho? Nenhum, só o de assistente. Sóóóó? Sim, compra um bilhete de 4 em 4 anos para assistir ao espectáculo. Os actores, num acto de hipnose colectiva, convencem-no de que ele é o protagonista da peça. O Zé Povinho muito lisonjeado, volta a comprar outro bilhete, e andamos nesta ida à bilheteira e ao teatro há 32 anos.
Julgam que isto é brincadeira? Estão bem enganados. O custo do bilhete é caríssimo. O Zé Povinho é extorquido diariamente, durante a hipnose do espectáculo, como nenhuma vítima dos ladrões pré medievais o foi nas estradas do Antigo Império Romano. Ao Zé Povinho é-lhe retirada uma quantia brutal, equivalente a metade do seu trabalho anual (o PIB) esta vai para dez sacos azuis do empresário do Teatro. Destes sacos ele dá metade pelo aluguer da sala (gestão da dívida pública), dos que sobram, ele paga 3 aos actores e hipnotizadores (função pública e pensões) e os restantes 2 são para os cenários (obras públicas). Além do que lhe é extorquido na sala (dos impostos sobre o consumo e rendimento) é lhe extorquido por uma simples multa de trânsito, o que ele não ganha num mês. Se esta situação fosse antes de 25 de Abril, o que estes actores não diriam de quem lhes roubasse o suor, canseiras e o merecido fruto do seu trabalho?
O Poder não está em quem o executa, mas em quem o manda executar. O Governo não governa, desgoverna a mando de quem estabelece as tendências e Essas são estabelecidas no Guião feito nos bastidores do Teatro.
O próprio Movimento das Forças Armadas (MFA) foi enganado. Para que saibam, no Programa do MFA não constava a Descolonização, só a partir de 28 de Setembro é que se deu a reviravolta, que possibilitou aos EUA chuparem os recursos de Angola. Muito poderíamos dizer acerca disto. Desde a velocidade a que se deu a descolonização, ao movimento racista que mandou os brancos embora, aos interesses económicos dos EUA sobre Angola, à guerra civil nas ex-Províncias Ultramarinas onde só em Angola morreram 2 milhões de angolanos, mas como são pretos os democratas não se importaram, (o que lhes interessa é mesmo, são os dogmas da “Liberdade” e da “Democracia”), poderíamos dizer quem foi o actual ministro que levou os militares a fazerem a descolonização sem consultarem o povo português, os militares desejavam a consulta aos povos de cá e de lá, antes de se aventurarem na desgraça que foi a descolonização, etc.etc…
Em termos económicos, tínhamos um crescimento de 7,5 %, só o Japão se aproximava de nós, decaímos tanto, que só em 1992 recuperamos o nível de 1974, 18 anos deitados fora pelas manias democráticas.
Entretanto, com o passar destes anos, o Zé Povinho foi ganhando com a idade uma capacidade, a do discernimento, e através dela já descobriu que afinal a Democracia não é a maravilha de Winston Churchill, mas um pesadelo horrível o qual deseja que acabe. Procura uma alternativa, que começa a vislumbrá-la: a democracia sem partidos políticos. Embora, os próprios políticos também já tenham dado conta da descoberta do Zé Povinho, e tudo irão fazer para impedir que este, se governe a si mesmo e sem intermediários.
Viva o 25 de Abril que nos trouxe a Democracia. Se ela não tivesse vindo nesse dia viria noutro, mas, talvez, com mortes à mistura, pois não teríamos a certeza que Marcelo Caetano cá estivesse para ser o maior colaboracionista dos revoltosos. Ganhamos alguma coisa nestes 32 anos, a de que a Democracia não é nenhum non plus ultra, e que podemos e devemos arranjar melhor, pois temos uma Democracia jovem, mas cansada, corrupta, viciada, impossibilitada de se auto - regenerar, incapaz de solucionar problemas e criando-os cada vez mais, e para cúmulo, falida.
Partamos para outra.
Joaquim Filipe
Nota: Democracia com “D” maiúsculo significa algo bem definido, a nossa Democracia partidária.
Pilhado no Fórum Monarquia-Portugal
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