segunda-feira, setembro 18, 2006

Associação Portuguesa de Maternidade e Vida


Acordo com clínicas de aborto privadas

Na edição deste fim-de-semana do semanário ‘Expresso’, é noticiado que responsáveis de uma clínica espanhola de abortos, vêm a Lisboa negociar com o Ministro da Saúde um protocolo que permita a abertura de clínicas de aborto legal em Portugal. Na mesma edição, o Ministro afirma estar interessado nos serviços de clínicas estrangeiras para fazer cumprir a lei.

O que se leu este fim-de-semana no referido jornal não mereceu, até agora, qualquer desmentido por parte do Ministro da Saúde, portanto, acresce que é verdade.

Assim sendo, a Associação Portuguesa de Maternidade e Vida vem dizer o seguinte:

1. Nem o Ministro da Saúde, nem a Direcção-Geral de Saúde, disponibilizaram, nem tornaram públicos, quaisquer dados numéricos de abortos permitidos por lei que não foram feitos por impedimentos ou objecções dos hospitais públicos. O país desconhece em absoluto esse número;

2. Nem o Ministro da Saúde, nem a Direcção-Geral de Saúde, tornaram públicas as razões que pelas quais não se cumpriu, se é que não se cumpriu, a lei nos hospitais;

3. Ontem, na apresentação do Orçamento de Estado, notou-se a necessidade de uma contenção financeira, logo não se entende quais os critérios do Ministro da Saúde que prevê e anuncia o corte na comparticipação dos anticonceptivos, ao mesmo tempo que anuncia protocolos com instituições privadas, para a realização do aborto previsto na lei;

4. Não entendemos que a comparticipação dos anticonceptivos não faça parte de uma politica de planeamento familiar, nem que politica de planeamento familiar tem o Ministro da Saúde quando anuncia que, por constrangimento orçamental, se vai deixar de comparticipar a pílula anticonceptiva, mas encontra dinheiro para pagar a clínicas de aborto;

5. O Ministro da Saúde ainda não explicou o porquê do recurso aos protocolos com clínicas privadas para, no fundo, fazer a jusante o que deveria ter sido feito a montante;

6. Nos últimos dias percebeu-se claramente que, quem está em lista de espera neste momento não são as mulheres para fazer aborto legal nas instituições públicas, mas sim as clínicas privadas à porta do ministério, à espera de legalização.

Com estas atitudes, o Ministro da Saúde mostrou que não está interessado no planeamento familiar, mas sim num negócio de clínicas.

Francisco Coelho da Rocha
Presidente da Direcção

1 comentário:

Santos R. Queiroz disse...

Já se sabia. A Banca possui as clínicas privadas e paga as campanhas eleitorais do "bloco Central. Como o que interessa é irem e aguentarem-se no "poleiro", quem governa é a Banca, indirectamente. "Favores com favores se pagam".

O Português? Que aguente...

Cumprimentos.