quarta-feira, dezembro 06, 2006

Movimento pelo «Não» nasceu em Coimbra

O Grupo de Cidadãos «Aborto a pedido? NÃO!», anunciou esta quarta-feira, em Coimbra, que pretende dar um contributo «sereno e determinado» para a campanha do referendo, esclarecendo os aspectos éticos, médicos, sociais e jurídicos relacionados com o aborto.
O grupo afirmou que «procurará contribuir para o debate, de forma serena e determinada, promovendo o esclarecimento dos aspectos éticos, médicos, sociais e jurídicos relacionados com a questão do aborto e sua liberalização».
Entre os 54 mandatários do grupo (que se classifica como «supra-partidário, trans-confessional e inter-classista») figuram o director do Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos Hospitais da Universidade de Coimbra, Manuel Antunes, o pioneiro em Portugal dos transplantes renais, Linhares Furtado, e os antigos presidentes da Assembleia da República e do Tribunal Constitucional Barbosa de Melo (PSD) e Cardoso da Costa, respectivamente.
A cabeça de lista do PS pelo círculo de Coimbra, Matilde Sousa Franco, o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, o professor da Faculdade de Direito de Coimbra Jonatas Machado e o pediatra Jorge Biscaia, do Conselho Nacional da Ética para as Ciências da Vida, fazem também parte da lista de mandatários.
«Como se vai tornando cada vez mais claro, o que está em causa, a 11 de Fevereiro, é a completa liberalização do aborto até às 10 semanas. Se a tese a referendo vingasse, o aborto até essa data não deixaria apenas de ser crime mas passaria a constituir também um direito de qualquer grávida, que o Estado deveria assegurar. Até às 10 semanas, a lei ignoraria completamente a vida da criança», lê-se no manifesto constitutivo.
No documento, o grupo sublinha que «não existe nenhuma descontinuidade essencial na vida humana desde a concepção até à morte natural», pelo que «não tem qualquer sentido que Portugal legalize a destruição de vidas humanas durante os seus primeiros meses, a mero pedido da mãe grávida, ainda que a esta pareça não haver alternativas».
«O aborto provocado é uma chaga pessoal e social que tem de ser combati da através da promoção de uma cultura de responsabilidade e de respeito pelo valor de cada vida, tendo o Estado e a sociedade inalienáveis deveres na criação de condições para que todas as mulheres que engravidam possam ter verdadeiras alternativas de vida e não façam escolhas de morte», sustenta.
Com a sua base territorial em Coimbra, o Grupo «Aborto a Pedido? NÄO!», vai desenvolver a sua actividade numa perspectiva nacional, articulando-se com outros movimentos que pugnam pela vitória do «Não» no referendo do dia 11 de Fevereiro.
FONTE

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