sábado, dezembro 02, 2006

TERCEIRA VIA


O SG Buiça, sempre que visita este meu humilde espaço fica horrorizado com as minhas posições anti capitalistas sobretudo quando elas dão “machadadas” no seu expoente máximo o imperialismo sionista americano.
Chega mesmo a questionar se um dia não serão aqui publicadas no blogue fotos da fina flor do marxismo.
Fique descansado que nunca me verá na companhia de tal gente, pois como demonstra a foto, os capitalistas de estado procuram sempre outras companhias.
O caricato da questão está sobretudo no facto de expressões como “lacaios do imperialismo americano”, provocarem sempre comichões quer na direita quer na esquerda. Para os primeiros é estranho que defendendo valores tradicionais a corrente politica em que me insiro defenda também acerrimamente os trabalhadores e um regime em que estes detenham o poder. Para os segundos trata-se do uso abusivo de expressões por eles “patenteadas”, causando-lhes também estranheza esta nossa grande preocupação pela justiça social.
É uma nova ordem que nasce por todo o mundo, a que associo o termo Terceira Via, e que não tem na sua base ideológica o materialismo, nem como base politica a partidocracia.
A Revolução Francesa de 1789 foi o primeiro acontecimento a impulsionar o materialismo para um cenário mundial. Nos dois séculos seguintes, esta tendência sistemática para negar na teoria e na prática a realidade da Alma e do Espírito, cresceu nas suas diversas formas, ao ponto de hoje ameaçar cobrir todo o globo. O Materialismo, na sua guerra contra o Espírito, tem tomado diversas formas: uns têm promovido os seus objectivos com grande subtileza, enquanto outros têm-se caracterizado por uma alarmante falta de arte, mas ambos têm contribuído, com maior ou menor grandeza, para o crescente declínio da Humanidade. As formas que, no nosso tempo, têm provocado mais estragos são: Capitalismo e o Capitalismo de Estado. Cada um destes credos materialistas de base é filosoficamente errado e desacreditado na prática. Mais, qualquer destes sistemas é condenável sem reserva, e afirma pelo que me oporei a todas as formas de Materialismo.
Se o materialismo é a base ideológica do sistema a partidocracia é a base politica.
Neste particular os regimes partidocráticos só conseguiram perdurar, na medida em que o mecanismo foi falseado, isto é, em que artifícios escondidos asseguravam o funcionamento. No momento em que a partidocracia é real e sinceramente consequente com os seus princípios, corre para a anarquia. Esta última hipótese é sustentada pelos neomarxistas que reclamam em altos gritos uma «democracia» total, isto é, a perfeita anarquia de que contam ser os únicos senhores.
Uma longa prática do partidocratismo conduz ao desgaste de uma nação. O partidocratismo baseia todo o seu estilo apenas na astúcia, e esta é inoperante se não se apoiar na força.
O partidocratismo ignorou os ensinamentos da História, e a sua febril agitação conduziu-o a perder contacto com as realidades. Em virtude de desenvolver, hipertrofiar as suas qualidades de astúcia, de negociação, e de associar estas práticas a crenças falsamente humanitárias, debilita-se e corre para a sua própria perda.
O uso prolongado deste sistema conduz a uma selecção falsa. As elites deste sistema têm eminentes qualidades de velhacaria mas, por não conservarem as da virilidade, de nada servem. O sistema torna-se um fim em si próprio, a função apaga a missão.
O partidocratismo na fase à qual assistimos neste momento, está fora da nação. É a guarda pretoriana dos partidos.
As qualidades exigidas para a profissão de politiqueiro partidocrático — e, como tal, as exigidas para o recrutamento de equipas de renovação — constituem as próprias condições da morte do sistema. Todo o jogo político do sistema é uma competição de demagogia. A longo prazo este estilo de combate deve levar todos os que o praticam à exclusão de toda a forma de luta. A selecção final saída desta competição é tóxica.
O partidocratismo teve um segundo sopro de vida quando aceitou no seu jogo o comunismo e quando pensou poder vencê-lo pelo desgaste, pelo cansaço, pela manha, pela corrupção. Este foi corrompido pelas delícias da vida, como o socialismo o foi pela vida burguesa. Mas o parlamentarismo quis limitar-se a opor a astúcia ao marxismo, que associa esta à força, daí o seu ressurgimento sob novas fórmulas.
Os que estão deste lado da baricada lutam pela República Social dos Trabalhadores, ou seja por uma nação socialista.
A nação socialista interessa-se pelos que produzem. Queremos a sua hegemonia na vida económico-política do Estado. Se há uma classe vertical particularmente interessante é a dos trabalhadores. Amanhã, o comando estará nas suas mãos.
Na República Social dos Trabalhadores não haverá que falar de «direito ao trabalho» mas sim de «obrigação de trabalho».
A classe média e a burguesia oferecem-nos espécimes interessantes, cheios de iniciativa, duros no trabalho, criadores, desde o operário até ao chefe de empresa.
Esta espécie de homens constitui a classe dos produtores e criadores de trabalho e de riqueza. Outra faceta desta burguesia são os especuladores, borguistas, parasitas, tudo isso é a sua parte desonesta.
Leis sobre trabalho obrigatório serão aplicadas sem hesitação. Os filhos ociosos e inúteis desta burguesia apodrecida trocarão o seu carro de «sport» pela pá e as discotecas pelo campo de trabalho, que fará deles homens.
Portanto, dividimos a burguesia em elementos positivos e negativos e evitamos a generalização estéril e injusta, que consistiria em aprovar ou condenar em bloco uma das actuais classes sociais.
A classe operária também tem os seus inúteis e contém — em potência —, no seu seio, exploradores pelo menos tão ávidos como alguns dos que conhecemos hoje. Apresenta igualmente os seus elementos socialmente pouco positivos, como o desempregado crónico, o burocrata, com o seu clero politiqueiro. A luta contra o parasitismo constituirá uma tarefa importante entre as que o nosso socialismo tem por fim.
Somos partidários da livre iniciativa e da economia livre, na medida em que a liberdade não é desordem e desregramento. Além disso, os imperativos estratégicos devem ter prioridade sobre a livre concorrência

1 comentário:

Anónimo disse...

Pondo de lado essa visão socialista da economia que eu não partilho na sua totalidade, não podia estar mais de acordo. Parabéns.

Legionário