domingo, setembro 02, 2007

Demagogia e desonestidade de quem?


Comunicado

A APFN manifesta a sua enorme surpresa pelas recentes infelizes declarações do Secretário de Estado Adjunto e da Educação Jorge Pedreira ao acusar os pais de demagogia, de não fazer as contas, de "terem interesses por trás" ou de insanidade por ter acusado o Ministério da Educação de estar ao serviço da indústria educativa em vez dos alunos, pais e do país.

A acusação que a APFN faz é a que sempre tem feito desde que existe, há mais de 8 anos, e baseada em factos!

Vamos a factos:

1 - Mesmo que os pais não saibam fazer contas (e é claro que existem pais que não sabem fazer contas), as meninas das caixas das livrarias encarregam-se de o fazer com a caixa registadora e todos os pais, quer saibam ou não saibam fazer as contas, têm que pagar o cabaz que são obrigados a comprar pela indústria educativa, com a bênção do Ministério!

2 - Objectivamente, os livros que os pais são obrigados a comprar cobrem muitíssimo mais matéria do que a que é, de facto, "exigida" aos alunos. Daí que quase não existam exames... Apenas, volta e meia umas coisas a que chamam "provas de aferição", mas que podiam ser chamadas de outra coisa qualquer, designadamente "fantochada".

3 - O Governo publicou em Agosto de 2006, com grande publicidade, o Decreto-Lei 47/2006 que afimava que (finalmente) TODOS os livros teriam que ser reutilizáveis, o que motivou natural e justa manifestação pública de enorme satisfação por parte da APFN. Infelizmente, tal manifestação foi precoce, uma vez que o referido Secretário de Estado veio "esclarecer" há poucos dias que isso acontecerá apenas em 2008(!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e não em todos os livros, como previsto no Decreto-Lei feito pelo seu Ministério, presumivelmente da sua autoria ou, no mínimo, com o seu conhecimento! 2 anos para entrar em vigor e apenas parcialmente???? Para proteger quem? Os pais, os alunos e o país, ou a indústria educativa?

3 - Os programas das diversas disciplinas mudam com enorme e injustificada frequência, resultado óbvio da objectiva incompetência do Ministério, com imensos custos para os pais e país, mas evidentes benefícios para a indústria educativa.

4 - Os relatórios da OCDE mostram, sempre, Portugal como um dos países em que mais se gasta por aluno e piores resultados se obtêm.

Perante estes factos, a APFN pergunta quem é que parece "estar ao serviço de interesses", revelar insanidade, ser demagogo ou não saber fazer contas?

A APFN recomenda ao Secretário de Estado Adjunto e da Educação que, mesmo que não saiba fazer contas, leia os relatórios da OCDE e ponha em prática JÁ (e não em 2008, 2009 ou 2020) o que lá é recomendado, uma vez que é para pôr o Ministério da Educação JÁ ao serviço dos alunos, dos pais e do país que os contribuintes portugueses, pais ou não, lhe pagam o vencimento.

Conforme a APFN tem afirmado e demonstrado, está totalmente disponível para colaborar activamente com o Ministério da Educação neste desafio que há anos tem vindo a ser adiado.

2 de Setembro de 2007

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