terça-feira, abril 24, 2007
SANTA COMBA DÃO - Nacionalistas mantêm concentração…
Câmara não autoriza concentração dos nacionalistas, mas estes não desarmam. "Em último caso fazemos o mesmo que os militares, vamos passear a Santa Comba Dão".
A associação política TIR - Terra, Identidade e Resistência pretende manter a deslocação a Santa Comba Dão, no próximo dia 28 de Abril, data de nascimento de Salazar, apesar de, ontem, a câmara municipal ter recusado a autorização para uma concentração dos nacionalistas na cidade.
O DIÁRIO AS BEIRAS avançou em primeira mão, na semana passada, a intenção deste movimento nacionalista realizar, no dia 28 de Abril, uma concentração no Largo do Município, em Santa Comba Dão, seguida de uma romagem à campa de Salazar, no cemitério do Vimieiro, para colocação de uma coroa de flores. Esta concentração pretende também ser uma acção de apoio à criação do Museu do Estado Novo, que a Câmara de Santa Comba Dão quer instalar na antiga quinta de Salazar, no Vimieiro.
Câmara quer
evitar distúrbios
A justificação para a recusa, explicou à Agência Lusa o presidente da autarquia, João Lourenço, deve-se ao facto de poder haver distúrbios com origem na concentração pedida para a terra Natal de Salazar.
Em declarações, ontem, ao DIÁRIO AS BEIRAS, Vítor Ramalho, da delegação de Coimbra do TIR, referiu, que, "por Lei, a Câmara de Santa Comba Dão, já excedeu o prazo para poder proibir a concentração". Apesar da proibição o nacionalista frisou que "em último caso teremos que fazer o mesmo que fizeram os militares, vamos passear a Santa Comba Dão, levamos o farnel e fazemos um almoço de confraternização".
Mostrou-se ainda descontente com a posição da autarquia, afirmando: "parece que neste país há uma Lei para uns e uma Lei para outros". Lembrou que "relativamente à União dos Resistentes Antifascistas Portugueses o presidente disse que tinham o direito de manifestar a opinião deles e agora em relação a nós tem esta atitude".
Adiantando que "o mesmo dinheiro, que foi gasto com a GNR para que não houvesse distúrbios, relativamente a uma organização que foi para lá provocar o povo de Santa Comba Dão, que o gastem agora para evitar que haja distúrbios se calhar com essas mesmas pessoas que possam lá ir tentar agredir-nos".
Vítor Ramalho disse ainda estar disponível para colaborar com as autoridades. "Se for preciso podemos ter uma reunião com o comandante da GNR do distrito de Viseu, porque não temos nenhum interesse que existam incidentes", salientou.
"Hoje em dia fascista
é toda a gente”
Sobre o rótulo de "fascistas" que possa ser "colado" ao TIR, o nacionalista sublinhou que "hoje em dia fascista é toda a gente. Até o reitor da Universidade de Coimbra, uma pessoa sempre ligada ao PCP, porque há uns tempos chamou a polícia para repor a ordem na universidade foi apelidado de fascista, por isso hoje já não sei quem será fascista neste país".
"Pretendemos apenas que exista uma discussão sem ser condicionada pelos valores de algumas pessoas que querem que o período do Estado Novo seja visto pelo seu prisma", referiu, acrescentando que, actualmente, "existe a ditadura do pensamento único, as coisas só podem ter uma leitura, e nós não concordamos com ela".
Entretanto a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) em comunicado, refere que "é obrigatório proibir a manifestação ilegal em defesa do Museu Salazar". Citando a Constituição da República a URAP adianta que esta, no seu Artigo 46.º, n.º 4, afirma que "não são consentidas organizações que perfilhem a ideologia fascista".
No mesmo comunicado revelam também que a intenção da câmara municipal de construir "a 'Casa-Museu Salazar' não só é inconstitucional e ilegal e está condenado ao fracasso, como está já a transformar esta cidade em destino de todas as excursões e iniciativas de propaganda nazi-fascista".
FONTE
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