segunda-feira, agosto 14, 2006

Prognósticos só no final do jogo


O ministro da Administração Interna, António Costa, criticou em Porto de Mós a "falta de sentido cívico" das populações que não criam faixas de protecção em torno das suas casas. Confrontado com a situação, António Costa explicou que esta paragem estava prevista e rejeitou fazer um balanço sobre a actuação do avião russo em Portugal.

"Só no final do exercício é que será determinado um balanço" afirmou, recordando que participam nas operações do Beriev avaliadores portugueses

Quando um homem superior erra, reconhece-o de imediato e faz todos os possíveis por emendar o erro ou tratar de não voltar a repeti-lo.
Os nossos medíocres governantes procuram encontrar desculpas ou bodes expiatórios. Nunca erram nunca são culpados.
Os regimes partidocráticos só conseguiram perdurar, na medida em que o mecanismo foi falseado, isto é, em que artifícios escondidos asseguravam o funcionamento. No momento em que a partidocracia é real e sinceramente consequente com os seus princípios, corre para a anarquia. Esta última hipótese é sustentada pelos neomarxistas que reclamam em altos gritos uma «democracia» total, isto é, a perfeita anarquia de que contam ser os únicos senhores.
Uma longa prática do partidocratismo conduz ao desgaste de uma nação. O partidocratismo baseia todo o seu estilo apenas na astúcia, e esta é inoperante se não se apoiar na força.
O partidocratismo ignorou os ensinamentos da História, e a sua febril agitação conduziu-o a perder contacto com as realidades. Em virtude de desenvolver, hipertrofiar as suas qualidades de astúcia, de negociação, e de associar estas práticas a crenças falsamente humanitárias, debilita-se e corre para a sua própria perda.
O uso prolongado deste sistema conduz a uma selecção falsa. As elites deste sistema têm eminentes qualidades de velhacaria mas, por não conservarem as da virilidade, de nada servem. O sistema torna-se um fim em si próprio, a função apaga a missão.
O partidocratismo na fase à qual assistimos neste momento, está fora da nação. É a guarda pretoriana dos partidos.
As qualidades exigidas para a profissão de politiqueiro partidocrático — e, como tal, as exigidas para o recrutamento de equipas de renovação — constituem as próprias condições da morte do sistema. Todo o jogo político do sistema é uma competição de demagogia. A longo prazo este estilo de combate deve levar todos os que o praticam à exclusão de toda a forma de luta. A selecção final saída desta competição é tóxica.
O partidocratismo teve um segundo sopro de vida quando aceitou no seu jogo o comunismo e quando pensou poder vencê-lo pelo desgaste, pelo cansaço, pela manha, pela corrupção. Este foi corrompido pelas delícias da vida, como o socialismo o foi pela vida burguesa. Mas o parlamentarismo quis limitar-se a opor a astúcia ao marxismo, que associa esta à força, daí o seu ressurgimento sob novas fórmulas.
Nenhuma reforma do partidocratismo é possível, está condenado a desaparecer por causa das suas práticas de falsa selecção. Hoje, na Europa, os homens que reúnem as qualidades da força e da inteligência, quer dizer, as da virtude no sentido tradicional do termo estão fora da classe dirigente, o que é sinal de próximas alterações.

1 comentário:

Nuno Adão disse...

Não teria escrito melhor amigo Vitor.
Só espero poder também tomar as rédeas do poder, enquanto não é tarde para a nação!

Cumprimentos