segunda-feira, outubro 15, 2007
O inquietante caso da ousada Eva Herman
Eva Herman é – ou, melhor, era – umas das mais célebres apresentadoras da televisão pública alemã. Não era uma show-woman, era uma jornalista de reconhecida credibilidade no serviço informativo. Mas Eva Herman acaba de ser despedida. A causa directa: ter referido que algumas políticas do Nacional Socialismo foram boas para o estatuto da mulher. Ora bem, o problema não advém realmente daqui, remonta de já há a um ano atrás, quando Herman publicou o seu bombástico livro “O princípio de Eva”, no qual denunciava que o trabalho por conta doutrem alienava as mulheres e defendia a função de mãe de família e do trabalho doméstico. Nesse dia começou a caça a Eva Herman.
A imprensa (…) limitou-se a relatar o desenlace do assunto. Numa entrevista ao diário “Bild am Soontag” perguntaram a Eva Herman acerca do III Reich e a mesma respondeu que “Teve coisas muito más, por exemplo o Hitler”, mas que também se podia falar de algumas coisas boas “como por exemplo o apreço e a valorização da figura da mãe”. É preciso ser muito mesquinho para encontrar aqui uma apologia do nazismo, mas a Alemanha é o que é. Em todo o caso, esse deslize era o que muitos estavam à espera para acabar com Herman: foi o pico da campanha de perseguição que começou logo no dia da publicação do “Princípio de Eva”, em Setembro de 2006; campanha na qual não faltaram a atribuição de frases falsas, do género da “as mulheres têm que falar menos”, e que a jornalista jamais havia dito.
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2 comentários:
Tornou-se um caso exemplar.
É, já falamos disto.
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