sábado, novembro 14, 2009
CO-INCINERAÇÃO: APERTA-SE O CERCO AO PS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Foi-me manifestada de forma inequívoca, por todos os Grupos Parlamentares dos partidos da oposição, a sua solidariedade para com a luta que vimos travando desde 2001 contra a co-incineração de resíduos perigosos e foi-me comunicado por todos eles que estão determinados em prosseguir a sua rejeição desse nefasto método de queima de resíduos, o que abre as portas à possibilidade de resolução por via política deste grave problema.
Assim, aperta-se o cerco ao PS na Assembleia da República quanto à co-incineração de resíduos perigosos que tem, para além das vertentes jurídica e técnico-científica, também uma vertente política e por isso estive na Assembleia da República, procurando sensibilizar os deputados dos diversos partidos, incluindo do PS, para o grave perigo para a saúde pública e para o meio ambiente que resulta da produção de POP's- Poluentes Orgânicos Persistentes, que se formam durante o processo de combustão dos resíduos perigosos, nomeadamente dioxinas e furanos que são substâncias altamente cancerígenas e cujos efeitos subsistem durante mais de 30 anos .
Foram entregues aos deputados João Almeida e Serpa Oliva do CDS; Vítor Batista do PS; José Luís Ferreira do Partido Os Verdes; Rita Calvário do Bloco de Esquerda; Luísa Roseira e António Leitão Amaro do PSD e ao Chefe de Gabinete do Grupo Parlamentar do PCP, Dr. Pedro Castro, Pareceres do Professor Doutor Delgado Domingos do Instituto Superior Técnico de Lisboa, dos Médicos José Manuel Silva e Carlos Ramalheira da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, do Professor Doutor Nuno Ganho do Instituto de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra e um artigo de cunho científico dos Professores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra Pedro Carvalheira, José Carlos Góis e José Manuel Ribeiro, que apontam no sentido da elevada perigosidade das emissões poluentes resultantes da co-incineração de resíduos perigosos em geral e em particular na zona de Souselas / Coimbra devido ao facto de as características geográficas da cidade potenciarem a concentração das substâncias poluentes emitidas em Souselas, a Noroeste, donde sopram os ventos dominantes na Região.
Foi explicado aos deputados que os efeitos resultantes das dioxinas não atingem apenas as pessoas que vivem na proximidade das cimenteiras em co-incineração, uma vez que elas se depositam nos legumes, nas frutas e nos outros alimentos que são levados para o mercado, chegando ao ser humano através da cadeia alimentar, nunca se sabendo quem vai ingerir os alimentos assim contaminados.
Acredito que a partir de agora a questão da co-incineração de resíduos perigosos vai ser vista com outros olhos e irá merecer mais atenção por parte de todos os deputados da Assembleia da República, incluindo os do Partido Socialista.
Castanheira Barros
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