segunda-feira, maio 11, 2009

Turquia não!


Presidente da República chega à Turquia, uma visita de Estado de quatro dias, e aconselha uma palavra-chave para as autoridades turcas perante a UE “sedução”.
Era bom de ver que a viagem de Cavaco silva á Turquia não se destinava só para fazer negócios.
Levou a lição bem estudada e fez o discurso do grande capital europeu que vendo na Turquia um imenso mercado para escoar os seus produtos, não têm em conta os imensos perigos que a adesão da Turquia à EU pode trazer.
Os capitalistas que governam a Europa, Fazem pressão sobre os seus lacaios para que a adesão se torne uma realidade, pensam somente nos seus lucros deixando para o povo para os trabalhadores todos os perigos que dai advêm.
A entrada da Turquia na União abrirá a caixa de Pandora do alargamento. Como recusar, a seguir, os 200 milhões de turcófonos do Cáucaso e da Ásia Central, ou os Estados do Magreb? A U.E. herdará todos os contenciosos geopolíticos (água, fronteiras, minorias, etc.) que a Turquia mantém com os seus vizinhos. Sem esquecer os tráficos de droga, armas e imigrantes clandestinos, dos quais é uma das maiores placas giratórias.
Dizer que a Turquia é historicamente europeia é tão verdadeiro como dizer que a França, na qualidade de potência colonial que foi, é africana. A Turquia não é mais europeia pela sua geografia (excepto Istambul e a Trácia) do que pelos seus costumes ou a sua consciência civilizacional. Os turcos definem-se como um povo asiático, cuja idade de ouro é o apogeu do Império Otomano, e se uma fraca minoria kemalista ou saída dos bairros privilegiados de Istambul se sente europeia, os habitantes dos bairros de lata de Istambul e dos campos da Anatólia reconhecem-se mais no vizinho iraquiano do que nos europeus do norte, ou mesmo nos gregos cristãos. A recente nomeação de um cidadão turco para a direcção da Organização da Conferência Islâmica (OCI, pró saudita), depois os inquietantes propósitos irredentistas de Erdogan, acusando a Grécia de «perseguir os turcos muçulmanos» da Trácia (1), ou ainda a política panturca de Ankara na Ásia Central e no Cáucaso, mostram bem que a Turquia permanece o país «dreaming west and moving east».
A principal razão porque alguns países, incluindo Portugal, apoiam a entrada da Turquia na União é a pressão dos EUA. Estes são todos países pró-Estados Unidos e vão fazer o jogo de Washington. Porque a mim parece-me que Portugal só vai sair prejudicado com a Turquia na União Europeia

Turquia na Europa? Não!
20 Boas razões (e uma provocação) para dizer não à Turquia

Motivos geográficos:

95% do seu território é asiático;
Coloca as fronteiras da UE no Médio Oriente;
A Europa ganha perigosas fronteiras;

Motivos culturais:

A língua não é indo-europeia;
As raízes culturais não são greco-latinas;



Motivos demográficos:

Em 2015 será o país mais populoso da UE;
1 em 5 habitantes da UE será turco;
Nova vaga migratória;
Abre as fronteiras da UE a milhões de turcofonos;

Motivos políticos:

Não reconhecimento do genocídio arménio;
Conflito cipriota;
Questão curda;
Não respeita os direitos humanos;
A Turquia é um cavalo de Tróia americano;

Motivos institucionais:

Tornar-se-ia numa “super potência” administrativa;
Seria o país com mais peso no parlamento europeu;
Será o maior exército europeu;

Motivos económicos:

O PIB médio por habitante na Turquia é de 6500 Euros;
As empresas refugiam-se na Turquia à procura de mão-de-obra barata;
O país mais importante da UE seria o mais pobre.

Uma provocação:

E porque não aceitar Marrocos, Cabo-Verde, Israel, Tunísia, Iraque, Angola, Senegal?... (possivelmente Cabo-Verde e Angola, já que fazem parte da CPLP)

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda bem que o pessoal da UE não leu este post quando aceitou Portugal na União Europeia em 1986, senão também nós seriamos rejeitados!

Vítor Ramalho disse...

Comparar o caso português como turco é o mesmo que comparar a estrada de Beira com a beira da estrada.
Mas como a União Europeia só tem prejudicado o nosso país, até que a rejeição tinha dado muito jeito.