quinta-feira, setembro 04, 2008

Basta de (pouca) vergonha!


Num país em que a Justiça anda pelas ruas da amargura, com críticas severas ao governo vindas de todos os quadrantes sociais e judiciais, foi com enorme espanto e indignação - de muitos tal como nós - que surgiu a notícia da milionária indemnização ao ex-suspeito de pedofilia Paulo Pedroso.

Paulo Pedroso deixou de ser considerado arguido por decisão do Tribunal de Instrução Criminal, o mesmo tribunal que decretou a medida de prisão domiciliária a um nosso dirigente por suspeitas de «envolvimento político» e a detenção de mais de 60 nacionalistas, e foi com base nessa decisão que agora se considerou «erro grosseiro» a aplicação da prisão preventiva ao dirigente socialista.

A indemnização agora atribuída ao ex-ministro do governo de António Guterres é a maior de sempre atribuída por um tribunal em Portugal. As indemnizações às famílias de vítimas de acidentes de trabalho não passam em média, segundo fonte judicial, 20 a 30 mil euros, e estamos a falar de mortes. O ex-ministro do Trabalho e da Segurança Social recebeu a indemnização recorde de mais de 100 mil euros!

Nem sequer se dignou, o ilustre político do PS já felicitado por José Sócrates, já que fez parte da pasta da Solidariedade, de anunciar a atribuição desse «subsídio» a uma organização de combate à pedofilia e ao abuso sexual de crianças. Seria o mínimo que se podia exigir a alguém movido pela boa-fé e detentor de genuína «solidariedade».

Assim, ficará sempre a suspeita no ar, sobre os contornos de um caso que prometeu um «terramoto» mas que parece esmorecer-se ao mesmo ritmo que desaparece o sentimento de justiça neste país, e o PNR só tem a lamentar profundamente que essa mesma «justiça» tenha dois pesos e duas medidas: uns na prisão, perseguidos e injustiçados, e outros cá fora, com os bolsos cheios do produto do roubo, circulando impunes e sem castigo.

Basta de vergonha!

FONTE

1 comentário:

Anónimo disse...

Isto é o cúmulo da vergonha...tem de haver contenção nos comentários, eles andam aí.