quinta-feira, dezembro 27, 2007

SALAZAR: MUSEU OR NOT MUSEU?


O texto sobre a Museu Salazar ganhou asas e vou para este blogue.
A pouco e pouco na blogoesfera começa-se a criar uma rede de blogues, que vindos aparentemente de campos opostos ou não, lutam pela verdade, pela justiça e por uma sociedade mais livre.
Aumentar essa rede e pô-la a funcionar em prol de uma sociedade mais justa é dever de todos nós.
No entanto convém não esquecer que a blogoesfera é só a artilharia de um poderoso exército que começa pôr-se em marcha. A infantaria e a Cavalaria devem mostrar-se nas ruas.
Hoje amanhã e sempre façamos nossa a causa do povo.
Termino com uma citação de ULRIKE MEINHOF que se enquadra perfeitamente no que acabei de escrever.

Se digo que esta ou aquela coisa não me agrada, estou protestando. Se me ocupo, ao mesmo tempo atentar que algo que não gosto não volte a ocorrer, estou resistindo. Protesto quando digo que não continuo a colaborar. Resisto quando me ocupo de que também os demais não colaborem.”

3 comentários:

Bernardo Kolbl disse...

Museu, claro. Sem complexos.
Um abraço.

Vítor Ramalho disse...

Isso mesmo camarada sem complexos.

LUIS FERNANDES disse...

“SALAZAR: MUSEU OR NOT MUSEU?”
Se, a si leitor, lhe fizessem esta pergunta de chofre o que responderia? Poderemos especular que a sua resposta teria sempre em conta várias variáveis: factor-mor, a sua idade; no caso de ser nascido antes de Abril de 1974, se militou ou era, ideologicamente, simpatizante da esquerda ou direita e se nasceu depois de Abril. Ou então, sendo independente politico-partidariamente.
Se nasceu muito antes de 74, por volta da década de 50, era simpatizante de esquerda e até hoje não passou para o reviralho, com trejeito de ofendido, com “cara de pau”, interrogará: “sinceramente , isso é pergunta que se faça? Vê-se logo que você é facho. Claro que sou contra! Eu não fui preso pela PIDE, mas o meu vizinho, o Manel Tiago, que Deus tenha em descanso, foi. Esteve em Peniche com o camarada Álvaro. Até o ajudou a escrever o livro “Cinco dias, Cinco noites”, e até emprestou o seu nome para servir de pseudónimo ao camarada Cunhal. Admite-se uma coisas dessas, um museu ao “Botas”? Uma elegia a um ditador e a tudo o que lhe está associado? Desde a Igreja católica, com o Cerejeira a servir-lhe de muleta? Por isso é que sou ateu. Nunca mais pude ver padres. Claro que você, sendo facho, quer um santuário, tipo Fátima, para se promover o fascismo. Nem pensar! Sou completamente contra. Isso é pergunta que se faça? Se vivêssemos no tempo de Estaline bem sei para onde você iria seu saudosista de merda. Desculpe, não pude evitar, fico fora de mim, é que há perguntas que não se devem fazer. Se me perguntasse se eu era a favor do movimento “não apaguem a memória”, isso é diferente. Claro que sou! Trata-se de relembrar a história de antifascistas. Isso sim, é uma verdadeira causa nacional”.
Se lhe fazem a pergunta e você nasceu logo a seguir à 2ª Guerra e era simpatizante de direita, responderá: “claro que estou de acordo que António Salazar tenha um museu. É um direito meu amigo. Foi o único político sério que não se locupletou com bens do Estado. Depois dele foi o princípio do caos. Fez de um país na bancarrota uma nação rica. Cometeu erros? Pois cometeu, como todos. Ele foi o resultado dos movimentos ideológicos do seu tempo, baseados no autoritarismo ditatorial (como Franco, Mussolini e Hitler) e contra os ventos vermelhos de leste de 1917, contra o Lenine, esse comunista desgraçado, que além de mandar matar milhões ainda comia criancinhas ao pequeno-almoço. É inadmissível esta polémica em torno de Salazar, até faço a pergunta: quem tem medo da sua ressuscitação? Aos comunas tudo é permitido, desde movimentos de “não apaguem a memória” até serem perpetuados em ruas e praças. Isto é complexo, complexo de inferioridade, meu amigo, pode crer…”
Se lhe fazem a pergunta, a si que nasceu muito depois de 1974, pode acontecer responder: “claro que sim, não tenho qualquer dúvida, Salazar deve ser perpetuada num museu. Por tudo o que tem feito por este pais além-fronteiras, no “prêt-a-porter”, na moda, levando o nome de Portugal aos confins do mundo”.
Se é independente, apartidário e pensa que a história não se constrói isoladamente e cada acto presente tem sempre a ver com o antecedente, contrariamente às placas tectónicas, assenta num continuum, uma sequência continuada de actos inseparáveis entre si e é constituída por atrocidades e gestos de boa-vontade de homens, que no seu tempo, mesmo não escolhendo o melhor, julgaram fazer a melhor opção, responderá que é legítimo que Santa Comba Dão tenha o seu museu. É uma questão de honestidade intelectual. A sua concretização evitará o dispersar de inúmeros documentos históricos, que permitirão o seu estudo, enriquecerá o berço de António de Oliveira Salazar e sobretudo o nosso país. Alguém disse um dia que um povo sem memória é um povo sem identidade e sem futuro. E que quem tem medo de fantasmas vai à bruxa, acrescento eu.