sexta-feira, janeiro 16, 2009

Eu "deito" pelo Humberto


Tenho um amigo de mais de duas décadas que vai a votos: a lista do PNR às eleições para o Parlamento Europeu será encabeçada pelo Humberto Nuno de Oliveira, professor universitário, historiador e investigador, um homem de letras com obra publicada.
Se não erro - menciono de memória -, conheci o Humberto em 1986 apresentado por este nosso comum amigo, todos três partilhando camaradagem durante uns anos nas fileiras da Nova Monarquia, organização cultural e política que o Miguel superiormente dirigia. E desde então aprendi a admirá-lo. O Humberto Nuno, como muitos da sua geração, teria tido todas as possibilidades e mais algumas de trilhar carreira à mesa do orçamento (como tantos outros fizeram), renegando as convicções na proporção inversa em que enchia o bolso. Nunca o fez. Em prejuízo próprio e dos seus, percorrendo o caminho mais difícil, manteve-se fiel às suas ideias de sempre assim se tornando um Homem de Palavra de Honra e um exemplo para quantos o conhecem. Ora, eu não desgostava que no Parlamento Europeu tivesse cabimento um Português com letra grande.
Concordo com o Humberto em tudo? Não, não concordo. Há questões de relevo (na minha opinião) que nos separem? Há, sim senhor. Mas sucede que com o Humberto também fui aprendendo a relevar o que une em prejuízo daquilo que separa; a procurar entendimentos onde outros poderiam preferir relevar a discordância. De modo que a cinco meses do depósito dos quadradinhos, desta tribuna faço profissão de fé inabalável: o meu papelinho vai para ti, Humberto. E com jeitinho, cá em casa, ainda se arranjam mais duas papeletas!

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