sexta-feira, outubro 09, 2009

Hipocrisia do Premio Nobel


Quando o Premio Nobel já foi atribuído a assassinos como Shimon Peres ou Yitzhak Rabin, não nos admira que agora tenha sido atribuída a Obama.
Temos que ver que esta é mais uma operação de cosmética, mais uma forma hipócrita de branquear as mortes no Afeganistão e no Iraque, de branquear as constantes ameaças ao irão e Venezuela, o manifesto apoio às politicas assassinas de Israel.
Obama é um sedutor, mas defenderá sempre os interesses do seu país em primeiro lugar.
Pode até incluir no seu discurso algumas questões sociais, mas não tenhamos ilusões ele foi escolhido e financiado por grandes lobbys financeiros.
Obama é e será mais um fantoche do sistema, desta vez o fantoche é negro para variar e baralhar e se lhe passar sequer pelo pensamento alterar alguma coisa o seu destino será imediatamente traçado. Mas não tenhamos ilusões, o que vai mudar é simplesmente a cor.
O entendimento de Obama como presidente dos Estados Unidos não é possível sem o entendimento das exigências de um sistema essencialmente de poder não alterado, com efeito, um grande jogo da média. Durante as eleições Obama fez duas importantes declarações. A primeira foi na conferência do American Israel Public Affairs Committee (Aipac), o lobby sionista, o qual, como destacou Ian Williams, "conseguirá que você seja acusado de anti-semitismo mesmo que tenha citado o sítio web de onde retirou o que escreveu". Obama já efectuou a sua genuflexão, mas dia 4 de Junho foi mais além. Ele prometeu apoiar uma "Jerusalém não dividida" como capital de Israel. Nem um único governo sobre a terra apoia a anexação israelita de toda a Jerusalém, incluindo o regime Bush, o qual reconhece a resolução da ONU que designa Jerusalém como cidade internacional.
A sua segunda declaração, amplamente ignorada, foi feita em Miami a 23 de Maio. Ao falar à comunidade cubana expatriada – a qual ao longo de anos produziu dedicadamente terroristas, assassinos e traficantes de drogas para administrações americanas, Obama prometeu continuar o feroz embargo a Cuba que ano após ano tem sido declarado ilegal pelas Nações Unidas.
Convém também recordar que 77% do eleitorado afecto aos judeus americanos votou em Obama (a orientação sionista deste eleitorado é bem conhecida). A escolha de Rahm Emanuel como chefe de gabinete, um dos cargos mais elevados na hierarquia do estado norte-americano, considerado por muitos, superior ao do vice-presidente, ainda é mais significativa. O titular deste cargo exerce uma forte influência na orientação politica do presidente. O escolhido tem fortes ligações ao sionismo mais extremista, tendo mesmo escolhido servir voluntariamente como auxiliar das Forças Armadas Israelitas e que o jornal israelita Haaretz, considera como uma conterrâneo.
Já é tempo de os racionalizadores de desejos crescerem politicamente e debaterem o mundo da grande potência tal como ela é, não como eles gostariam que fosse. Tal como todos os Presidentes americanos, no passado e no presente, Obama é um falcão e um expansionista. Ele vem de uma tradição ininterrupta do Partido Democrata, como demonstram os presidentes promotores da guerra Truman, Kennedy, Johnson, Carter e Clinton. A diferença de Obama pode ser a de que ele sinta uma necessidade ainda maior de mostrar quão duro é. Por muito que a cor da sua pele influencie tanto racistas como apoiantes, isso de qualquer forma é irrelevante para o jogo da grande potência. O "momento verdadeiramente excitante e histórico na história do EUA" só ocorrerá quando o próprio jogo for contestado. Não tenhamos ilusões o mundo só terá paz só terá a justiça social a que tanto anseia quando Washington como Cartago cair finalmente aos pés de todos os aqueles que invade e oprime militar e financeiramente.

2 comentários:

Skedsen disse...

Este distinção pública com o prémio nobel é uma coisa inimaginável.Eu até vou pelo lógico.O que fez este senhor em 1 ano para merecer este prémio?
Pois já todos sabemos a resposta,isto é mais uma acção preventiva da propaganda,fazendo-o passar por bonzinho,mais depressa se diabolizará outros líderes,outros países e outros assuntos.As pessoas,ignorantes como sempre,irão dar loas ao novo nobel da paz como se de um verdadeiro iluminado se tratasse.Quase como um "Deus" na terra.
É por estas e por outras que vos digo,caros amigos,estamos a chegar ao fim.

Anónimo disse...

Excelente análise. O último período do seu texto traduz em poucas palavras os males que afectam o mundo - desde guerras fraticidas entre povos anteriormente pacíficos que causam centenas de milhar de mortos, à fome generalizada que causa os mesmos ou mais mortos a médio prazo, passando pelas catástrofes pretensamente naturais que provocam outros tantos milhares de mortos e desaparecidos - e os seus reais causadores.
Só se reza ardentemente para que apareça alguém com poder bastante para travar este inferno na Terra. Parecem existir no mundo alguns, poucos, valentes guerreiros com força e vontade suficientes para o fazer. Quem são eles? Ver-se-á, com a ajuda de Deus, possìvelmente daqui a não muitos anos.
Parabéns pelo seu escrito.
Maria