sábado, julho 05, 2008

Colarinho branco


O processo relativo à gestão de José Luís Judas na Câmara de Cascais arrasta-se, e os eventuais crimes de que venha a ser acusado dificilmente terão consequências, já que na sua maioria estão prestes a prescrever. Entretanto, os magistrados intervenientes no processo apuraram estranhos factos.
Por exemplo, a busca à casa de Jorge Coelho foi adiada por ordem do então director da PJ, que alterou a data marcada pelo juiz. A justificação para o adiamento foi a ocorrência de um evento social.
Judas é ainda acusado pela autarquia liderada por António Capucho (que lhe sucedeu em 2002) dos crimes de burla qualificada, participação económica em negócio e prevaricação que, por terem uma moldura penal superior ou igual a oito anos, só prescreverão a 30 de Março de 2014.
Neste caso como em muitos outros envolvendo personagens do sistema a igualdade perante a lei parece não existir.
O novo Código ainda veio reforçar mais as diferenças, uma vez que torna a investigação dos crimes de colarinho branco ainda mais difícil.
Preocupante também na justiça portuguesa o tratamento dão às vitimas e aos criminosos. Enquanto os primeiros estão cada vez mais desprotegidos, o legislador vem dando á escumalha que atormenta os nossos dias cada vez mais benesses.
Sabemos quanto estão erradas as estatísticas e que por muita maquilhagem que o sistema tente colocar o crime não para de aumentar.

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