sexta-feira, março 07, 2008
Um tiro no porta-aviões
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde esteve ontem em Coimbra para divulgar a produção e desempenho económico dos hospitais da região Centro. Os resultados dos HUC foram “excelentes”. Para o secretário de estado os resultados foram “excelentes” porque os HUC conseguiram poupar dinheiro. Não estando em causa a necessidade de gastar o dinheiro bem gasto nem o profissionalismo de todos os que trabalham nos HUC, podemos dizer que a montanha pariu um rato. Eu gostava de ver os HUC no topo, por outras razões e não só por estas.
Basta passar algum tempo nesta unidade hospital para verificar que de excelente não tem nada.
Começamos pelo transito que é o cartão de visita à partida e à chegada, caótico e preocupante.
Caótico porque para além de não fluir e por vezes fazer filas enormes, tem o seu clímax num estacionamento de por os cabelos em pé, onde milhares de viaturas são estacionadas de uma forma anárquica. Preocupante porque caso um dia haja uma situação em que seja requerida a presença dos bombeiros, estes pura e simplesmente não o vão poder fazer porque as suas viaturas não passam.
Quem por ventura tiver o azar de “cair” nas urgências vai entrar no inferno, longas horas de espera amontoados de doentes e acompanhantes, enfim um caos.
Ir a uma consulta também é uma aventura digna de um livro, dias e dias de espera para não dizer meses, por fim no dia anunciado entre uma amalgama de gente que enche os átrios as salas de espera e os elevadores, lá se faz a consulta nunca na hora marcada e onde é preciso passar por uma série de procedimentos burocráticos, bichas e mais bichas.
Outro tanto haveria que dizer acerca das visitas, da falta de segurança, das longas listas de espera para uma operação.
Os HUC são realmente um grande porta-aviões, que mete agua por muitos lados, apesar dos esforços dos seus trabalhadores para a bombear. Falta-lhe a protecção do resto da esquadra que há muito foi desmantelada ou tornado inoperacional pelo almirantado.
A esquadra e o porta-aviões navegavam um pouco ao sabor da corrente comandados por marinheiros de água doce que nunca passaram alem da barra do Tejo.
Com a sua protecção (Centros de saúde, urgências etc.) em grande parte inoperacionais, só podemos esperar uma coisa um dois tiros porta-aviões ao fundo. Nesta batalha naval, os erros sucedem-se, sem uma pequena mostra de os não repetir e reparar, o problema parece residir aqui; a vida é tratada como um jogo.
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1 comentário:
e até quando?
não será nossa ,dos conimbricenses a responsabilidade de acabar com este estado de sítio?
para quê passar ao lado e não nos unirmos numa causa que a nós ainda mais que aos de fora diz respeito?
vamos!
eu estou aqui e como eu centenas e milhares de cidadãos anonimos para enfrentarmos a desgraça de desgoverno a que somos obrigados a obedecer...
EM FRENTE,PORTUGAL!
POR COIMBRA,TUDO!
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