quarta-feira, abril 09, 2008

Criminalidade imigração capitalismo


Um construtor civil residente em Portunhos, concelho de Cantanhede, foi ontem vítima de uma tentativa de rapto e extorsão. O alerta foi dado, pelas 12H00, segundo informou uma fonte da Guarda Nacional Republica (GNR), adiantando que a mulher da vítima terá ligado para o posto de Ançã, informando que o seu marido estava a ser vítima de uma tentativa de sequestro e extorsão.
Este crime foi perpetrado por um cidadão do leste da Europa.
A notícia ficaria por aqui e não mereceria muitos comentários para além dos costumeiros sobre a falta de segurança existente no nosso país. Para alguns a lei é rápida e sem misericórdia, para outros é lenta e extremamente benevolente.
Mas é tempo de por a mão na ferida já que a alguns falta a coragem para o fazer e a outros não lhes interessa que o assunto seja debatido. Muitos órgãos de informação ocultam quase sempre a nacionalidade dos criminosos, não vá o povo começar a fazer contas de cabeça.
Pensar ou fazer crer que em cada imigrante existe um criminoso é uma ideia tão absurda e estúpida quanto é o facto de não ver que a politica de portas escancaradas, faz com que entrem no nosso país e na Europa no grosso de gente que procura uma melhor vida, um grupo cada vez maior de criminosos que vivem como peixe na água, neste continente com grandes dificuldades em lidar com a criminalidade.
A imigração é uma arma do capital, serve fundamentalmente para os empresários e sobretudo os corruptos obterem mão-de-obra barata e alimentar a fogueira que gera as suas mais valias. O velho argumento de que os imigrantes fazem aquilo que os autócnes não querem fazer, cai por terra pelo simples facto de todos os dias sermos confrontados com notícias de portugueses que rumam aos país vizinho para trabalhar na construção civil, ou do crescente aumento da nossa emigração. O argumento dos empresários desses países é o mesmo. Mas será que pelo mesmo salário os trabalhadores portugueses não ficariam a laborar em Portugal? A resposta é mais que evidente. Da mesma maneira muitos dos imigrantes que chegam ao nosso país, prefeririam ficar no país de origem não fora a exploração neocolonialista que patrocinando os ditadores que estão no poder tudo faz para perpetuar a miséria em que vivem alguns povos por esse mundo fora.
Dizer que o aumento da criminalidade está directamente ligada com o aumento da imigração e com a exploração capitalista é algo que não é saudavelmente aceite pelo sistema. A exploração do homem pelo homem, vai sempre inventar novos processos de se perpetuar, nem que seja a coberto de direitos fundamentais ou do anti-racismo.
No entanto e apesar da censura instituída os factos falam por si.

1 comentário:

Anónimo disse...

Skinheads: «Nunca me considerei racista», diz Mário Machado

O líder nacionalista Mário Machado, um dos 36 arguidos a serem julgados por discriminação racial, assegurou hoje em tribunal que "nunca se considerou racista" e que "não tem qualquer ódio primário à raça negra" ou a outras.

Mário Machado, apontado também como líder do movimento "hammerskins" em Portugal, começou hoje de manhã a ser ouvido pelo colectivo de juízes, presidido por João Felgar, que deu uma grande amplitude ao arguido para expor as suas ideias, explicar comportamentos e esclarecer situações relacionadas com mensagens divulgadas na Internet e com as claques de futebol.

O principal arguido referiu no Tribunal do Monsanto, Lisboa, que o conceito de racialismo que aparece em algumas mensagens da Frente Nacional "é diferente do racismo", porque a primeira defende o orgulho de uma raça (que até pode ser negra) e o segundo significa "o ódio por outra raça".

Segundo Mário Machado, o racialismo "não impõe supremacia de uma raça sobre outra", nem em termos de "inteligência" ou de "aspectos físicos", dizendo que ele próprio "conhece negros que são melhores pessoas e mais inteligentes do que brancos".

"Nunca me considerei racista. Não tenho qualquer ódio primário à raça negra, mas tenho orgulho em ser branco", disse Mário Machado, justificando, em defesa do movimento nacionalista, que também no PS e PSD haverá "pessoas racistas, mas não é isso que faz deles partidos racistas".

O arguido admitiu, porém, ter "forte convicção" de que "há a propensão da raça negra para o crime", designdamente em Portugal, alegando que isso é "visível" na própria cadeia em que está preso, onde "só cerca de 25 por cento" dos detidos são brancos.

Mário Machado considerou que tem havido dualidade de critérios em torno destas questões, alegando que os "judeus sionistas são racistas", mas que, devido à protecção norte-americana, "nunca foram considerados racistas", apesar de se proclamarem como o "povo eleito".

"Somos contra os judeus sionistas", da mesma maneira que há judeus que são contra os judeus-sionistas, argumentou o arguido, criticando ainda a dualidade de critérios do Ministério Público (MP) quando as afirmações polémicas são feitas por outros quadrantes políticos.

O arguido lembrou que o presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, disse publicamente que não queria chineses e indianos na Madeira e que o MP não teve qualquer intervenção para punir a discriminação racial contida em tais afirmações.

Durante a sua audição, Mário Machado condenou os elementos "skinheads" que atacam e danificam cemitérios judeus ou sinagogas, apelidando-os de "nazis de Hollywood", admitindo que dentro do movimento "skinhead" existe o problema de impedir a entrada de pessoas que, por qualquer trauma, querem praticar a violência.

"Não há problemas que se resolvam com a violência", disse o arguido, justificando que os simpatizantes do movimento têm sido incentivados a colar cartazes, a realizar conferências e a "fazer o jogo da democracia", porque um dos objectivos é obter representação parlamentar, através de Pinto Coelho, dirigente do Partido Nacional Renovador (PNR).

Mário Machado defendeu, porém, que os nacionalistas "devem comprar armas", desde que por meios legais, invocando o "direito de auto-defesa" e serem o "último baluarte", num mundo cheio de ameaças e guerras entre facções e grupos.

Confrontado pelo juiz João Felgar com uma mensagem dos nacionalistas num "site" de que "os activistas de rua deveriam levar os paus", o arguido contrapôs que se tratou de "um apelo às armas em sentido figurado", apelando apenas à mobilização, pois na respectiva concentração em Coruche a GNR "não encontrou quaisquer paus" ou armas

"Admito que foi um uma expressão infeliz", disse Mário Machado, que, confrontado com outras mensagens divulgadas pelos meios electrónicos a apelar à violência inter-étnica, explicou as dificuldades de controlar um forum de ideias na Internet, que é de livre acesso.

Socorrendo-se de declarações públicas do comentador político Pacheco Pereira e do bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, o arguido reiterou no julgamento a ideia de que o seu processo tem contornos políticos, declarando-se "satisfeito" por saber que a maioria das pessoas o considera um "preso político".

Numa altura em que se preparava para criticar a procuradora que o acusou neste caso, a representante do MP no tribunal interveio para pedir ao colectivo de juízes que Mário Machado se cingisse "ao objecto do processo" e não "à actuação do MP".

http://diariodigital.sapo.pt/news.as...=327188&page=4