sábado, abril 05, 2008

Em Abril Guetos Mil


Um dia destes quando alguêm se der ao trabalho, melhor à pachorra, de inventariar e fazer a história da míriade de grupúsculos ditos nacionalistas que já existiram ou ainda existem em Portugal, chegará por certo à conclusão de que se trata de uma questão de teimosia patológica.
Quando não são rigorosamente os mesmos, ano após ano, reproduz-se exactamente o mesmo tipo de personalidade, só mudando a personagem que à altura a encarna.
As mesmas taras, as mesmas obsessões, as mesmas psicoses, a mesma infantilidade política, dum primarismo atroz.
A mesma inveja certamente, tudo está mal se não formos nós, os do grupo Y a fazê-lo, porque é claro se foi o grupo x, das duas uma ou roubaram-nos a ideia, talvez por piratagem telepática, ou então são uns imbecis porque, porque…olhem porque sim!
As cisões abundam por todo o lado, virgulas e pontos tomam proporções homéricas, questiunculas privadas tomam o lugar de argumentos politicos, insultos e agressões o da discussão porventura séria de quem tem algo a dizer.
Os intelectuais encolhem-se, os da rua abespinham-se, os primeiros porque desprezam e desconfiam dos segundos, estes porque, com fundadas razões, temem ser uma vez mais a carne para canhão com que se pavimentará a subida das “élites” até ao sétimo céu, ou seja ao poder.
Os líderes carismáticos têm as costas largas, os mesmos que com medo do pontapé certeiro lhes faziam salamaleques e rapapés, são agora os primeiros a rir como as hienas e a olhar para o lado ignorando-os ou insultando-os anónimamente. Que coragem!

O Nacionalismo em Portugal está morto por incapacidade da espécie em se adaptar aos novos tempos, os melhores dentre estes grupos são quando muito eficientes coveiros e vendedores de souvenirs a um pequeno mercado de nostálgicos, que não lhes dá contudo nem apoio nem voto.
Punhamos a tocar um requiem. Que se faça enfim algo de novo, com o nome que tiver que ter.

FONTE

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