quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Homejacking


A primeira vez que tomamos contacto coma palavra não sabíamos bem o seu significado, depois já familiarizados com ela pensamos que era algo que acontecia só lá para as bandas de Lisboa, zona do país onde não se está seguro na rua, no carro, em casa e já nem sequer nas esquadras de policia. Agora a Agencia de Viagens “Sistema” através de legislação avulsa e de Códigos feitos em cima do joelho ou não, alargou os benefícios do homejacking a todo o país. Num país democrático como o nosso, todos são tratados de igual modo e o que era ontem tão distante hoje acontece num lugar perto de si.
A moda pegou graças aos intercâmbios multiculturais que o sistema nos impinge.
Outra singularidade começa a fazer-se notar, tem a ver com haver o cuidado de referir que os assaltantes falavam português, sabendo quanto o sistema tenta esconder a ligação do aumento da criminalidade com a imigração, apraz-nos registar o facto de tentarem mostrar a diferença, que não é mais que admitir o que salta aos olhos de todos nós.

1 comentário:

LUIS FERNANDES disse...

O PNR TEM RAZÃO
Como todos ouvimos, lemos e sentimos (alguns na pele), no último ano transacto foi um disparar de violência. Quer contra a pessoa quer contra a propriedade. Aos poucos, fomos todos ouvindo falar em assaltos diários a bancos, a postos de combustível e ourivesarias. Depois, progressivamente, fomos ouvindo falar de “Carjaking” –assaltos a viaturas com os donos no seu interior- e de homejacking –assaltos violentos a casas com os seus proprietários tranquilos no seu lar.
Talvez por excesso de confiança, todos sempre achámos que a cidade de Coimbra é uma cidade pacata. “Parece” que aqui nada acontece. Se é uma cidade tranquila, quase a cair no enfadonho, que nem um grito gutural do “aspirante” na Baixa, sobretudo quando anda ébrio, faz voltar o olhar do passante, por que raio é que nos havíamos de preocupar com os assaltos? Desde há um ano atrás começaram a haver no centro histórico entradas nocturnas, através de arrombamento, em barda. Não estão contabilizados, mas, quase de certeza, só a lojas comerciais foram mais de uma centena de assaltos durante a noite.
Nestas coisas, ou causas, sociais, nas comunidades, há sempre um parvo que tem a “mania” de não se calar. Habitualmente porque também foi tocado pelo “mau olhado”, e pronto!, decide fazer “estrilho”. A história está cheia de episódios corriqueiros deste género. Se aos vizinhos e colegas caberia uma ponta de solidariedade –está bem abelha!-, a verdade é que como toca aos outros, que se lixe, o problema é dele. E mais: deveria era estar calado para não afugentar os clientes da zona, ou então, no limite, para não chamar mais ladrões. Porque é fácil de ver, se os lesados se calam, logicamente que os energúmenos podem agir à vontade, e, naturalmente, vão cair todos na zona. Mas isto é “tão claro, como farinha amparo”. Só o parvo que apregoa aos sete ventos de que aqui há assaltos é que não vê. É evidente que contra esta ignorância e falta de cidadania do sujeito não há nada a fazer.
As autoridades, em nome do alarme social e sempre prontas a colocar uma mantilha mal remendada a cobrir a violência que vai despoletando, mostram números estatísticos que provam a evidência. Não há mesmo recrudescimento de violência na cidade de Coimbra. Há uns casos isolados aqui e acolá e nada mais. Se a matemática é uma ciência e a estatística é da mesma família, quem se julga o sicrano ou beltrano para vir contestar uma ciência? “Pobres ignorantes”, pensam os políticos do burgo, acompanhados, às vezes, pelos comandantes das forças operacionais que zelam pela segurança. Que, como se sabe, são nomeados politicamente para os cargos, logo, em vez de se comportarem como servidores do Estado, transcendendo as cores ideológicas, agem como comissários políticos do partido que estiver no poder. Estas pessoas são um caso de análise social, em metamorfose, na forma como mudam de cor e assimilam o laranja o rosa ou até o vermelho se algum dia lá chegar. Para eles a verdade são os números e absolutamente mais nada. “As notícias nos jornais?”, interrogam com ar de gozo, “isso não é para levar em conta”, enfatizam com a superioridade que se deve reconhecer a pessoas iluminadas.
A nível nacional, fala-se muito da crise económica, embora agora, o que está na moda é o “Freeport”. A crise económica pode esperar. Se há uma crise social, em deriva da económica, que redunda em mais violência contra o património? Hum!, parece que não. O PSD, como maior partido da oposição não o refere, o partido do governo muito menos, e, então à sua esquerda, o Bloco e o PCP, muito menos ainda. E estes dois partidos até estão a ser coerentes. Se só perde quem tem -quem tem-, obviamente, tem de ser rico. Como a riqueza, para a esquerda, é como um caroço que tenho no pescoço, por mais que evite o desgraçado não sai de cá. Então, pensam, bom, se não conseguimos nivelar as assimetrias da sociedade pelo assalto ao capitalismo, os assaltos à propriedade pode ser um bom instrumento regulador, por isso, vamos deixar correr a coisa que logo se vê.
À direita do PS, Paulo Portas, sempre a espreitar o furo, proximamente vai levar o assunto à Assembleia da República. Hipocritamente, o que lhe interessa não é a segurança das pessoas e bens mas, como mexilhão colado à rocha, isso sim, que o CDS descole daqueles malditos sete por cento.
Hoje, no Diário de Coimbra e Diário as Beiras, em primeira página, é noticiado que um casal de idosos, em Santa clara, for assaltado através do “homejacking”. A violência já cá está e é preciso denunciá-la.
Não tenho nenhuma simpatia ideológica pelo PNR. Não vou aqui escalpelizar o que me separa a nível de ideias deste partido político. Mas uma coisa tenho de reconhecer é a única facção política que pugna pelo fim à violência urbana. E este chamar de atenção já vem de longe, pelo menos há cerca de um ano. Apesar de não me identificar com os seus pontos de vista ideológicos, se este partido convocar uma manifestação local ou nacional contra a criminalidade tudo farei para estar presente.
Esta insegurança que vivemos não pode continuar. É criminoso ignorá-la.