terça-feira, fevereiro 10, 2009

Manifestação de sérvios contra a força de segurança do Kosovo


Milhares de sérvios manifestaram-se no Norte do Kosovo contra a criação da nova Força de Segurança do Kosovo, classificando-a como ilegal e exigindo a sua dissolução.

“O seu objectivo é desestabilizar o Kosovo e os Balcãs”, disse Radenko Nedeljkovic, um dos líderes sérvios do Norte do Kosovo, à multidão na cidade de Kosovska Mitrovica. “Apelo aos sérvios e não-albaneses que boicotem todo o recrutamento de uma força desse género”, continuou.

A nova força foi lançada em Dezembro, depois da dissolução da Força de Protecção do Kosovo, que era composta sobretudo por antigos membros do Exército de Libertação do Kosovo, a guerrilha independentista que combateu as forças sérvias no conflito de 1998-99. Um antigo general do Exército de Libertação do Kosovo foi nomeado comandante da nova força.

O treino é assegurado pela ONU. Quando estiver operacional deverá ter 2500 membros e 800 reservistas, munidos de armas ligeiras.

A força terá tarefas essencialmente de protecção civil, mas não deverá ter funções de polícia.

Thaci critica Belgrado

Os sérvios, mairotiários no norte do Kosovo, querem ainda que Belgrado organize uma reunião do Parlamento sérvio em Kosovska Mitrovica a 17 de Fevereiro, quando se comemora o primeiro aniversário da declaração unilateral de independência do Kosovo – até agora reconhecida por apenas 54 países, com a oposição da Sérvia e da Rússia, que a consideram ilegal.

Enquanto isso, numa entrevista à Reuters, o primeiro-ministro do Kosovo, Hashim Thaçi, queixou-se do Executivo sérvio, dizendo que o Governo pró-ocidental é tão mau como o do antigo nacionalista Slobodan Milosevic na sua relação com a província cuja independência não reconhece.

“Nas suas relações com o Kosovo, a Belgrado de hoje não mudou nada desde Milosevic”, afirmou numa entrevista à Reuters, referindo-se ao antigo presidente sérvio, morto em 2006. A declaração de independência veio após nove anos de protectorado internacional que se seguiu aos bombardeamentos da NATO na província para pôr fim à limpeza étnica que foi a resposta sérvia à insurreição albanesa, durante o consulado de Milosevic em Belgrado.


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