O norte-americano Bobby Fischer, lendário campeão do mundo de xadrez, refugiado na Islândia para evitar ser preso em seu país, morreu aos 64 anos de idade, informa a imprensa local.
Fischer foi para os americanos um símbolo da luta contra o comunismo durante a Guerra-fria, já que derrotou os grandes campeões soviéticos.
Em 1972, na Islândia, Fischer, com 29 anos, encerrou 24 anos de hegemonia soviética ao derrotar Boris Spassky, o melhor representante da escola russa até então.
O jogador americano, que nasceu no dia 9 de Março de 1943 em Chicago, decidiu em 1959 deixar a escola, que considerava uma perda de tempo, para se dedicar exclusivamente ao xadrez.
Em 1975, Fischer recusa a defender o título, que é atribuído ao soviético Anatoli Karpov.
Durante 20 anos, nenhum estímulo fez com que Fischer voltasse a jogar, nem os milhões de dólares oferecidos pelos organizadores de Las Vegas nem a precária situação pessoal que o levou à ruína.
Imprevisível e taciturno, o campeão vivia recluso, fugindo dos jornalistas, que "colocavam a opinião pública contra ele", sobretudo pelo facto de ser anti sionista.
Em 1992, o campeão mundial voltou à cena do xadrez para disputar em Montenegro uma partida de desforra contra Spassky, que se tinha tornado seu amigo.
Essa partida - pela qual recebeu 3,35 milhões de dólares, aconteceu na Jugoslávia e sem levar em conta o embargo económico da ONU vigente naquele momento.
Depois da partida, Fischer foi acusado pela justiça americana de ter realizado uma transacção comercial ilegal pelo que foi emitida contra ele uma ordem de prisão.
O jogador foi preso em Julho de 2004 no aeroporto internacional de Tóquio quando tentava sair do Japão com um passaporte americano vencido.
Para evitar a prisão, refugiou-se na Islândia, onde vivia desde 2005.
Critico daquilo em que o seu país se tornou, Bobby Fischer ficará na historia como um herói da causa e da luta contra o imperialismo sionista.
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