terça-feira, fevereiro 19, 2008

Assaltante esfaqueia popular


Depois de tentar assaltar uma viatura, depois de esfaquear uma pessoa depois de injuriar e tentar agredir a GNR.
Presente ontem à tarde ao juiz de instrução criminal no Tribunal de Águeda, o criminoso foi mandado em liberdade mediante o cumprimento de duas apresentações semanais no posto da GNR.
O aumento da criminalidade nos dias actuais, em proporções verdadeiramente alarmantes, principalmente depois da Revolução dos Cravos, com maior explosão da violência, ora na forma primária de eliminação brutal, ora com requintes de perversidade friamente calculada, a preocupação como crime tomou-se um estado de espírito generalizado, porque todos estão inquietos, para não dizer amedrontados. Não é um problema apenas dos grandes centros urbanos, pois também há violência e crime nas zonas rurais e menos populosas.
As nossas leis, como todos sabem, têm promovido a IMPUNIDADE, que gera descrédito na instituição da justiça e estimula a violência que nos ameaça a todos.
Mais do que aumentar as penas, é preciso garantir que elas sejam cumpridas com rigor, não permitindo mais que a benevolência das leis continue a pulverizar as sentenças dadas pelos juízes e a alimentar a mentalidade de que o crime compensa, porque a legislação, através das suas falhas, oferece sempre um jeito de não se pagar por ele.
É, amigos, já que no Portugal de hoje tanto faz na terra como no céu, a insegurança é a mesma, ou a sociedade civil se organiza e cria seus próprios instrumentos de defesa, caso contrário continuaremos a sair de casa sem a sensação de que voltaremos para o conforto da sala com televisão na qual assistiremos novos capítulos da novela que é viver no Portugal de hoje.

5 comentários:

Anónimo disse...

"O aumento da criminalidade nos dias actuais, em proporções verdadeiramente alarmantes, principalmente depois da Revolução dos Cravos"

Esta frase é suposto significar o quê,exactamente? Que com o fim do fascismo a criminalidade aumentou? Que agora que já não há "um polícia em cada esquina" vivemos em constante insegurança? Que é hoje que se vive com medo e quando se vivia na ditadura vivíamos todos sossegados? Então e os presos políticos? E as centenas de inocentes que foram levados, na calada da noite, das suas camas, das suas famílias a bem dizer, para um lugar de onde não mais se volta? E a tortura? E os assassinatos levados a cabo pelo próprio governo? E o medo de então? Medo de dizer fosse o que fosse a quem quer que fosse, o medo de ser denunciado e não se poder confiar nem na própria família?
Se hoje em dia vivemos com medo, é porque a comunicação social nos incute esse medo (carjackings e homejackings e jackings e mais jackings!) e há muita gente a quem convém que se espalhe esse medo, não é verdade? E não falo dos governantes, mas sim dos que invejam quem "já lá está". Hoje em dia é preciso viver com cuidado, não com medo. As histórias escabrosas de assaltos, violações e assassínios acabam por se tornar em mitos urbanos, nos casos do "amigo do amigo que ouviu dizer do amigo".
Com este texto parece que quer, numa falácia disfarçada, atribuir as culpas da insegurança na democracia, quando a culpa é da nossa mentalidade do "deixar andar", da nossa mentalidade incompetente que se reflecte numa polícia (e política) incompetente. Não sei se já reparou, mas o nosso governo é o reflexo do próprio Zé Povinho. A culpa é nossa de termos o governo que temos, primeiro, porque votamos (cito) naquele que vai ganhar de certeza, que é para não ter de ir a uma segunda volta; porque apregoamos de boca cheia nossos ideais-de-mesa-de-café para, na hora de votar, ficar em casa; e, segundo, porque o Zé Povinho é tão bom a denunciar quando se sente oprimido e prejudicado, quanto é bom a oprimir e prejudicar outrem se isso lhe trouxer algum benefício.
Portanto, se há impunidade, a culpa é nossa por não sabermos contrariá-la, por acharmos que nem vale a pena denunciar. É aí que começa a impunidade: quando as vítimas se calam. A Revolução dos Cravos existiu precisamente para isso, para não nos calarmos, para não termos medo, mas nos calamos, nem eu sei porquê. Se há impunidade é porque quem cala, consente.

Vítor Ramalho disse...

Vive em que país?
Mora certamente num condomínio fechado?
Presos políticos continuam a haver.
A frase quer dizer isso mesmo que com o fim do estado novo a criminalidade aumentou, as estatísticas provam-no.
Hoje vivemos em insegurança porque não temos policias nem nas esquinas nem nas ruas nem nos bairros, exceptuando quando têm que verificar sindicatos ou defender os burgueses de Bruxelas.
A revolução dos cravas o nome assim fica mais correcto foi só para alguns, para os mais iguais que os outros.
A verdadeira revolução socialista vem a caminho, para casar pátria e socialismo.

Anónimo disse...

A do condomínio fechado é boa. Quer dizer então que o Sr. fala da realidade que conhece de perto, não é? Mora na Buraca ou na Cova da Moura, por acaso? Já foi assaltado, ao menos? Eu já fui, em pleno centro do Porto. Por isso fui fazer a devida queixa e todos os dias ia à PSP saber quais os desenvolvimentos. Tanto insisti, que o assaltante foi apanhado, reavi minhas coisas (especialmente os documentos) e, por não ter sido o seu único crime, o ladrão levou com dois anos. Isso foi em finais de 2006 e pelo que sei, não foi libertado (ainda). De todas formas, o que é que adianta um criminoso ir preso se não há programas de reabilitação e as iniciativas de inserção social não são sequer implementadas? Mesmo que cumprisse a pena máxima até ao fim, não é de espantar que volte a cometer os mesmos crimes. De todas, formas, isto já foge do assunto. O que quero dizer é que não se deve viver com medo e hoje, sem dúvida nenhuma, vivemos com mais liberdade. E quanto aos presos políticos: nunca um tema tão escandaloso ficaria escondido por muito tempo sem aparecer na comunicação social (sim, também somos livres a esse ponto, ainda bem). Toda a gente também gosta de se apoiar nas estatísticas, quando grande parte dos leitores de jornais não sabe sequer interpretar um gráfico (ups, acho que isto também é estatística!), como se as estatísticas fossem a Mãe da Verdade. Quando não se tem argumentos, recorre-se "às estatísticas" sem sequer citar fonte onde se encontra tal estatística, ainda por cima. Lamento que isto seja para si uma novidade, mas as estatísticas não provam rigorosamente nada. São números. Ponto. São guias, não são explicações, mostram ocorrências, não mostram causas. As estatísticas que as pessoas gostam tanto de santificar e ter como prova última da verdade são, na sua essência, dúbias e tendenciosas e não devem ser tomadas como informação fiável para provar teorias.
Por isso, volto a repetir, que a criminalidade tenha aumentado (como dizem as SUAS estatísticas) depois do 25 de Abril, não significa (nem pode ser assim lido) que aumentou POR CAUSA do 25 de Abril. Percebe como uma coisa não tem obrigatoriamente a ver com a outra ou lhe é muito difícil (ou não lhe convém perceber)? Outra coisa, na sua falácia nem refere quanto tempo depois da revolução é que se verificou o aumento da criminalidade. Foi logo a seguir? Foi vinte anos depois? Foi ano passado? Consegue perceber as nuances?
Pois. É que ser a voz da revolta sentado na cadeira a escrever blogues é muito fácil. Correr, literalmente, atrás da justiça é que já é coisa para cansar um bocado e depois perde-se tempo precioso em que o blogue poderia estar a ser actualizado, não é? Há que dar conta à população das injustiças e das barbaridades que ocorrem no país. Mas pense lá se vale a pena escrever blogues (no seu confortável lar muito longe dos subúrbios), quando muito pouca gente no nosso país (e acho que isto é outra estatística, por isso, mantenho minhas reservas!) se dá sequer ao trabalho de ler a imprensa, quanto mais os blogues que a copiam e colam... perdão: citam.

PS: Já agora, antes do 25 de Abril será que havia uma coisa tão inconveniente para o governo como as estatísticas?

Vítor Ramalho disse...

Eu até trabalho na área da segurança, como tal não denuncio criminosos apanho-os à mão.
Começo é a pensar se vale a pena entrega-los à polícia ou fazer justiça por minhas mãos.
Depois do 25 de Abril a criminalidade aumentou, depois do 25 de Abril os criminosos não são punidos.
Portanto a culpa é do sistema.

Anónimo disse...

Como guarda nocturno/diurno ou como porteiro de discoteca? "Área da segurança" é uma expressão convenientemente abrangente. Pelos vistos não se deu ao trabalho de ler o meu 1º comentário (e tenho sérias dúvidas quanto ao segundo). É óbvio que o sistema não é livre de culpa, mas também é muito mais cómodo para nós que seja assim, não é? Na sua "área de segurança" é ainda mais grave se não se dá ao trabalho de entregar criminosos à polícia por achar que não vale a pena. A culpa é do sistema tornou-se num cliché (sabe ao menos o que é um cliché? Uma frase que de tão repetida perdeu o sentido -e assim poupo-lhe o trabalho de ir à Wikipedia) conveniente para os que preferem apenas reclamar do estado das coisas sem fazer a sua parte para as mudar. Uma característica, aliás, muito nossa, de portugueses que somos, incutida precisamente na época do Salazar: esperar que o Pai resolva tudo e seja justo. Justos também temos de ser uns com os outros.
"Depois do 25 de Abril a criminalidade aumentou, depois do 25 de Abril os criminosos não são punidos." A insistência cai na teimosia. Isto, caso não tenha reparado, não é argumento, não prova nada e só me dá a certeza de que nem leu o meu comentário. E os criminosos de antes do 25 de Abril tampouco eram punidos, alguns até eram condecorados.
Mas já percebi que o seu problema não tem nada a ver com a criminalidade, o seu problema é isto NÃO SER um Estado Novo. O que explica o conteúdo do resto do blogue. Sinceramente, ainda bem que o país não é Estado Novo e nem para lá caminha (pelo menos, não tão cedo, se bem que tenho algum medo depois de ver Salazar eleito o maior português de sempre. Ou temos memória de peixe ou somos muito brincalhões!) e também porque a UE não vai deixar, mas no dia em que isso acontecer, deixo de ser portuguesa, pois se quiser viver num estado totalitário, mudo-me para a Cuba ou para a Venezuela, que lá ao menos a criminalidade é mais baixa e o sistema de saúde é muito superior, sendo gratuito.
Agora que já percebi qual o verdadeiro teor do seu blogue, não lhe faço mais perder o seu tempo, e deixo de perder o meu. Cada um tem as suas ideologias e continue com seu blogue que, se o 25 de Abril trouxe alguma coisa de bom, foi o facto de você poder escrever tudo o que escreve (e o que copia e cola também).


E sem medo.