terça-feira, fevereiro 12, 2008

Objectivo, eliminar 150 000 empregos


A taxa de desemprego e, Portugal atingiu os 8,2 por cento em Dezembro do ano passado, registando o valor mais alto dos últimos 21 anos, de acordo com os últimos dados da organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Em Portugal, a taxa de desemprego não atingia valores tão altos desde 1986, ano em que se fixou em 8,8%.
A situação do emprego, em Portugal, é alarmante. Em todo o país, o já combalido mercado de trabalho passa por profundas transformações - muitas delas traumáticas - , causadas pela globalização e pelo progresso tecnológico dos últimos 20 anos. O actual processo de acumulação capitalista prega o uso intensivo de informação, a horizontalização das grandes unidades produtivas e o sistema de produção flexível, provocando mudanças relevantes nas relações de trabalho.
O desemprego nunca foi problema nas sociedades baseadas na caça e colecta; em sociedades tribais, o desempenho das actividades de subsistência requer relativamente pouco tempo, não proporciona status ou remuneração especial e não é encarado como uma esfera isolada da vida. Somente nas sociedades baseadas no trabalho remunerado o desemprego assume o significado social, económico e político que tem hoje.
Assim sendo, não há dúvida de que uma das maiores chagas do capitalismo chama-se desemprego.
Uma das bandeiras da campanha de Sócrates foi a da recuperação do emprego.
Quando o Governo foi eleito a taxa de desemprego era de 7,1%. Hoje é de 8,2%. Há dois anos tínhamos 389 Mil desempregados. Hoje, temos 458 mil Portugueses no desemprego. A nossa taxa de desemprego é a mais alta dos últimos 21 anos. Conclusão: há dois anos prometia-se a criação de 150 mil novos postos de trabalho. Dois anos depois temos mais desemprego. Durante estes 2 anos criaram-se 73 novos desempregados por dia.
O desemprego no nosso País é já um dos problemas sociais mais graves, e está a crescer de uma forma rápida, sendo também uma das causas mais importantes do crescimento da pobreza. E contrariamente àquilo que o discurso oficial pretende fazer crer, a previsão para 2008 assim como no futuro é ainda de um maior agravamento se a politica que está ser seguida não sofrer uma rápida inversão.
O desemprego não se combate apenas com medidas de políticas activas avulsas e requentadas, mas com uma verdadeira estratégia de desenvolvimento económico e social. Isto só é possível com uma mudança de rumo das políticas que têm vindo a ser seguidas e que estão na origem dos graves problemas que os trabalhadores e o país enfrentam.
A promessa eleitoral do primeiro-ministro está quase cumprida eliminar 150 000 empregos. O PS vai pedir desculpa aos portugueses pelos erros de grafismo nos cartazes da campanha eleitoral.

2 comentários:

Anónimo disse...

No 1º trimestre de 2006,
575.200 portugueses estavam no desemprego

http://resistir.info/portugal/taxa_desemprego_1trim06.html

portanto mais 100 mil do que aqui é referido.

Vítor Ramalho disse...

Para fazer este artigo fiz uma pesquisa na net.
Fiquei assustado porque os números eram sempre diferentes, o que me leva a crer que ninguém sabe ao certo os números e que são sem dúvida superiores aos que estão no texto e superiores aos do texto que refere.
Pelo que não podemos ficar caldos nem sentados no sofá.