segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Bush mentiu para fazer a guerra


Uma mentira numa declaração sobre sexo consensual, permitiu aos republicanos reconquistar a Casa Branca. Novecentas e trinta e cinco mentiras da administração Bush, conduziram o país e alguns aliados a uma guerra terrível que custou a vida de milhões de pessoas, nem sequer mereceu uma investigação do Congresso. Só depois de sete anos, é que a comunicação social começou a publicar as mentiras, ainda que a censura tudo faça para reprimir a verdade.
Um estudo realizado por duas organizações jornalísticas, constatou que o Presidente Bush e a sua administração emitiram centenas de falsas declarações sobre a ameaça à segurança nacional e Mundial que o Iraque representava, nos dois primeiros anos após os ataques terroristas de 2001.

O estudo foi publicado no site do Centro de Integridade Pública no dia 22 de Janeiro. O CPI trabalhou no projecto com o Fundo para a Independência no Jornalismo. O relatório constata 935 declarações falsas no período de dois anos. Concluiu que, em discursos, briefings, entrevistas e outras acções, funcionários da administração Bush declaram inequivocamente, pelo menos 532 vezes, que o Iraque tinha armas de destruição em massa ou estava tentando produzir ou obtê-las, ou tinha ligações com a Al Kaeda .

O relatório publica alguns números sobre as mentiras; Assim:
-Bush colaborou com 259 declarações falsas, 231 sobre as armas de destruição maciça no Iraque e 28 sobre as ligações do Iraque à Al Kaeda.
-Powell 244 falsas declarações sobre as armas de destruição em massa no Iraque e 10 sobre o Iraque e a Al Kaeda.

O grupo concluiu que as declarações faziam parte de uma campanha orquestrada para manipular a opinião pública e conduzir os USA e seus aliados a invadir o Iraque.
O estudo também nomeou outras figuras da administração Bush, tais como: O vice-presidente Dick Cheney, a Conselheira de Segurança Nacional Condoleezza Rice, o Secretário da Defesa Donald H. Rumsfeld, o Secretário de Estado Colin Powell, secretário-adjunto da Defesa Paul Wolfowitz e os secretários da Casa Branca Ari Fleischer e Scott McClellan.

Quando questionado sobre este assunto Powell, não negou nada, mas respondeu rapidamente que o erro era dos serviços secretos e não da administração.

O estudo foi baseado num banco de dados criado com as declarações públicas, informações de governo e mais de 25 relatórios, livros, artigos, discursos e entrevistas.

Scott Stanzel, porta-voz da Casa Branca não comenta o mérito do estudo, mas reiterou a posição da administração, que a comunidade mundial via o líder do Iraque, Saddam Hussein, como uma ameaça. Ninguém perguntou se a comunidade mundial via Bush e Cheney como ameaças.

"As acções realizadas em 2003 foram baseadas em informações de agências secretas de todo o mundo", disse Stanzel.

Mas, de acordo com Charles Lewis Smith e Mark Reading, membros do Fundo para a Independência no Jornalismo fica claro o facto de que o Iraque não possuir quaisquer armas de destruição em massa ou ter quaisquer laços significativos com a Al-Qaeda, sendo portanto incontestável, que a administração Bush conduziu a nação para a guerra com base em informações erradas que metodicamente propagandeou, que culminaram então com uma acção militar contra o Iraque em 19 de Março de 2003."

O efeito ampliado e cumulativo destes falsos dados difundidos por milhares de notícias transmitidas de forma maciça, permitiu uma quase impenetrável carapaça, durante os meses que antecederam a invasão

Alguns jornalistas, é verdade, até mesmo algumas organizações jornalísticas, já reconheceram que a sua cobertura preparou a guerra e que durante esses meses foram demasiado deferentes e acríticas.

Embora a administração tenha desempenhado o papel principal, a propaganda da máquina da média foi o veículo de transmissão dessas mentiras e que foram entregues, sem qualquer contestação.

Não acredito que o Congresso peça explicações ou que averigúe as vidas que se perderam e que se continuam a perder.
Para a Nova Ordem Mundial, a vida dos seus soldados e as das vítimas da invasão não valem nada.

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