sábado, agosto 22, 2009

Farinha do mesmo saco


O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje, em Gaia, que o seu partido é a alternativa de esquerda necessária para mudar o rumo do país, frisando que os líderes do PS e do PSD são "farinha do mesmo saco".
As organizações de esquerda gostam de tentar apelar à classe trabalhadora, a que eles gostam de referir como "o Proletariado". O ulterior objectivo por trás dessa ideologia baseia - se num desejo de dividir para reinar. Por outras palavras, ao mesmo tempo que estas organizações estão oferecendo apoio às chamadas "minorias oprimidas", tais como homossexuais, Black Power, grupos rebeldes e estudantes de classe média, elas estão na realidade criando desunião entre os membros da sociedade, garantindo que elas possam encontrar através de slogans e banners, um refúgio seguro e assim combater e invadir a normalidade. No que a sociedade está a tornar ou mais degenerar, é meramente testemunho ao facto de comunistas serem capazes de mobilizar regularmente muitos manifestantes na hora, como recentemente aconteceu durante a Cimeira Europeia, mas que longe de ter incomodado realmente o sistema apenas serviu para mais uma demonstração “folclórica” Ao adicionar a todas as minorias, às socialmente inadequadas, com o fim de as controlar, estes activistas, podem parecer estar lutando pela maioria. Mas isto é mais uma tentativa de por uma minoria no poder no seu mais puro e distorcido pretexto.

O marxismo não é o oposto do capitalismo

Ser anti marxista e socialista esta longe ser uma contradição. O verdadeiro socialismo defende o interesse dos homens, a sua natureza está em oposição radical com a teoria materialismo dialéctico. É essencial, se queremos a regeneração do ideal socialista original, denunciar e rejeitar o engano burguês de Marx e só por uma razão: por sermos anti capitalistas! Não se pode acusar o capitalismo de ser materialista ateu, desumanizado, consumista, apátrida, etc. e depois enveredar pelos mesmos defeitos. Marxismo é o espelho do capitalismo, não vem combatê-lo mas justificá-lo! Pequena definição: Para Karl Marx, é necessário distinguir a estrutura básica da sociedade das suas superstruturas. A primeira é de natureza económica e material e definiria os modos de produção. As segundas seriam primeiro sociais, seguidamente politico jurídicos e por último ideológicos e religiosos. As segundas são inteira e rigorosamente determinados pela primeira. O acto humano, a vontade e a esperança (resumidamente todas as liberdades do indivíduo) seriam apenas as aparências tomadas por esta determinação. As leis da economia seriam por conseguinte a base de qualquer actividade social. A evolução material seria uma dialéctica. De acordo com esta lei "qualquer estado material gera os estados sucessivos que lhe são contrários". A luta entre as forças conservadoras e as forças revolucionárias explicaria a evolução da sociedade. Qual magnífico fraude! As leis do capitalismo, ideologia podre e errada, não são elas também de alguma maneira justificativas umas das outras? Certamente, seria em vão negar que as condições económicas e materiais influenciam os relações sociais, as posições políticas e mesmo as concepções morais e ideológicas, mas um determinismo é absoluto ou não é? Marx admitiu materialismo histórico mas não o provou. No entanto devia tê-lo feito. Marx admitiu-o porque tinha necessidade. Realmente, a inteligência iluminada intervém neste falso determinismo. Materialismo como determinismo nega-se ele mesmo nos seus métodos. Se materialismo histórico fosse rigoroso, se o capitalismo não fosse uma ideologia contrária às leis da natureza (que é o verdadeiro determinismo), o papel criador do herói e do génio, o seu carácter perturbador, seria uma coisa estéril e inexplicável! Se as ideias fossem determinadas pelas condições materiais, não apareciam antes das condições matérias serem criadas. Ora, as ideias sempre precederam em vários séculos as condições da sua realização. Com efeito, materialismo histórico não dá conta da realidade social objectiva. É necessário afirmar que para além da matéria e condicionada por ela, os factores materialistas são determinados pelo espírito. As leis evolutivas do espírito são independentes do materialismo, o materialismo marxista como o capitalismo é igualmente contrário à natureza. O conteúdo do capitalismo é o seu carácter comercial, desumanizador, contra natura, inimigo do bem e a razão. Então paragem! É sobre o combate espiritual, onde a razão pára e onde se encontram as raízes da evolução humana, que é necessário combater. O capitalismo e marxismo estão unidos porque são o inimigo de o que mais cedo ou mais tarde vai libertar o homem, um factor que só tem um nome e está muito distante do materialismo: o da vontade humana.

2 comentários:

LUIS FERNANDES disse...

Bem escrito. É de pensador.
Parabéns.
Abraço.

Anónimo disse...

Muito bom. Parabéns.